Desde este mês de novembro que o hospital de Chaves é uma unidade de referência para doentes suspeitos de AVC- Acidente Vascular Cerebral. A unidade garante uma assistência mais rápida e evita deslocações para Vila Real.
À agência Lusa, Ricardo Almendra, médico neurologista do CHTMAD- Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, afirmou que “a capacidade do hospital de Chaves para poder receber doentes com ativação pré-hospitalar de via verde AVC vai permitir desde logo ao doente ganhar tempo”. De relembrar que o CHTMAD agrega as unidades hospitalares de Vila Real, Chaves e Lamego.
Segundo Ricardo Almendra, numa “patologia como esta o tempo é fundamental para que, não só rapidamente se perceba verdadeiramente o que o doente tem mas também se perceba o tipo de estratégia terapêutica que se pode oferecer”. O médico acrescenta dizendo que “até agora o que acontecia era que se um doente fosse identificado como estando possivelmente a ter um AVC era encaminhado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes diretamente para Vila Real” algo que implicaria mais de uma hora de trajeto por ambulância, menciona o médico, “fazendo muitas das vezes uma passagem praticamente ao lado do hospital de Chaves”.
Agora “está-se a “poupar tempo na abordagem aguda da patologia e a longo prazo a poupar certamente dinheiro, porque se vai reduzir o número de transportes necessários”, frisa o especialista.
Foi necessário proceder a uma formação com todos os médicos de medicina interna e enfermeiros que colaboram com o serviço de urgência de Chaves. Também a sala de emergência, onde os doentes suspeitos de AVC são encaminhados, foi equipada com um sistema de telemedicina, onde os médicos neurologistas prestam apoio à equipa, ainda que à distância.
O serviço de neurologia está concentrado em Vila Real sendo “o único dos três hospitais que tem urgência de neurologia”, explica Ricardo. No entanto, o médico garante que existe uma “boa comunicação” entre as várias unidades. Em declarações à agência Lusa, o especialista Ricardo frisa que “com este novo sistema, com esta nova organização, podemos quase que dizer que existe neurologia de urgência em Chaves porque não estamos fisicamente, mas estamos a um clique de poder ver e ajudar o doente”.
“Estamos a aprender como ativar o mais rapidamente possível a via verde do AVC no hospital para que o doente seja tratado também o mais rapidamente possível para evitar as sequelas futuras”, explica Elvira Ferreira, uma das enfermeiras que está a receber a formação.
Jornalista: Lara Torrado
Foto: Canal N/Arquivo
