A Associação Vale d’Ouro espera que a mudança de ministro das Infraestruturas não implique mudanças na eletrificação da Linha Ferroviária do Douro e da reativação até Barca d’Alva.
De acordo com a Lusa, esta associação tem estado na linha da frente no que toca à defesa da linha ferroviária do Douro e da sua reativação até Espanha.
“A expectativa é que o bom que estava a ser feito não fique para trás“, menciona Luís Almeida, presidente da associação.
Luís espera “capacidade” do novo ministro das Infraestruturas para resolver os problemas na parte da gestão da infraestrutura, no planeamento e na execução dos investimentos previstos.
O presidente da associação explica que “corremos o sério risco de, mais cedo ou mais tarde, perdermos investimento comunitário em projetos que são muito relevantes, em particular aqui na região Norte”. No entanto, menciona que há situações que não entende. ”Continuamos sem perceber porque é que a empreitada de eletrificação entre o Marco – Régua ainda não foi lançada ao fim deste tempo todo”.
De relembrar que, em outubro, Carlos Fernandes, vice-presidente da Infraestruturas de Portugal, disse que a empreitada de Marco de Canavezes – Régua seria lançada “nas próximas semanas”. “O processo está praticamente pronto, estamos a falar de um investimento significativo, superior a 100 milhões de euros, tem a ver com a reabilitação da linha, tem a ver com a eletrificação, tem a ver com a construção de uma nova subestação, portanto. É um concurso que sairá seguramente nas próximas semanas, está tudo resolvido da nossa parte”, referiu o responsável na altura.
No entanto, Luís lembrou que já estamos em janeiro e ainda “sem nada à vista”, acrescentando que “também os projetos de eletrificação até ao Pocinho e da própria reabertura até Barca d’ Alva continuam sem vir”.
Em outubro do ano passado, o ex-ministro Pedro Nuno Santos esteve em Freixo de Espada à Cinta e anunciou a reativação dos 28 quilómetros entre o Pocinho e Barca d’Alva, na Linha do Douro, tendo dito que será lançado um concurso público para a elaboração do estudo prévio e o projeto ainda neste primeiro trimestre.
“O novo ministro tem, do lado da infraestrutura, uma série de dossiers para pôr a andar e, ao nível do Plano Nacional Ferroviário, a expectativa é que a discussão se mantenha e se consiga atingir um documento final que sirva os interesses do país”, salientou Luís Almeida.
António Costa escolheu João Galamba e Marina Gonçalves para as funções de ministro das Infraestruturas e de ministra da Habitação, para substituirem Pedro Nuno Santos que se demitiu.
Luís Almeida, mencionou, ainda, em declarações à agência Lusa, que as derrocadas na Linha do Douro, que levaram à suspensão da circulação dos comboios, provam que é também necessário proceder a mais investimentos na via.
Jornalista: Lara Torrado