Segundo avança o JN, depois do resultado da autópsia indicar morte por afogamento, a PJ acredita que Fátima terá dado um calmante ao filho e depois afogou-o no poço.
Terá sido premeditado o homicídio do jovem autista de 17 anos na aldeia de Cabanelas, em Mirandela, na passada segunda-feira. O Jornal de Notícias revela na sua edição desta sexta-feira que será esta a tese da investigação da Polícia Judiciária depois de conhecer o resultado da autópsia ao corpo de Eduardo José, que indicia que o afogamento terá sido a causa da morte do rapaz.
O JN avança que a Polícia Judiciária acredita que Fátima – a mãe da vítima que está em prisão preventiva indiciada da prática do crime de homicídio qualificado na forma consumada – terá dado um calmante ao filho e esperou que fizesse efeito e só depois ambos se puseram a caminho até a uma propriedade a cerca de três quilómetros da aldeia de Cabanelas onde terão chegado cerca do meio-dia.
Ainda segundo o JN, terá sido entre essa hora e as duas da tarde que Fátima terá praticado o crime. Primeiro terá empurrado o Eduardo para a boca do poço, que tem entre três a cinco metros de profundidade, e estaria na altura cheio de água.
Após a queda e submersão do jovem autista, a mãe terá usado a força dos braços para manter a cabeça do filho de baixo de água.
A tese da Polícia Judiciária é que terá sido essa a causa da morte – o afogamento – ainda que a autópsia realizada, na passada quarta-feira, no Instituto de Medicina Legal de Mirandela também indique no relatório preliminar dois ferimentos na cabeça do rapaz, eventualmente derivados da queda no poço de pedra.
O JN refere ainda que a premeditação do crime estará ancorada no inferno que a mãe alegadamente viveu com o filho nos últimos quatro meses e cujo transtorno do espectro do autismo estaria a piorar, conforme relataram familiares e vizinhos em que as manifestações de ímpeto hostil vinham a aumentar desde que o rapaz foi forçado, em meados de março, a deixar a turma de ensino especial que frequentava diariamente, das 9 às 18 horas, no Agrupamento de Escolas D. Afonso III, em Vinhais, que fechou com a crise pandémica ficando confinado à casa com a mãe, que era divorciada e sem mais filhos, sendo que Eduardo nasceu de uma relação extra conjugal nunca havendo qualquer tipo de relação com o pai.
Jornalista: Fernando Pires