Operadores de transportes públicos suprimiram, sem aviso prévio,há cerca de um mês, as ligações rodoviárias, a meio da manhã, nos circuitos entre Mirandela e Torre de Dona Chama e Mirandela/Rebordelo deixando alguns utilizadores, sobretudo os idosos, sem possibilidade de regressarem a casa durante cerca de 10 horas.
A primeira ligação de autocarro, que liga a vila da Torre a Mirandela, é por voltadas 7,30 da manhã e o regresso só acontece cerca das 17,30 horas. Até há um mês atrás, havia uma viagem de regresso, ao final da manhã.
A alternativa passa por pagar um táxi, bem mais caro, ou então apanhar boleia. Alguns utilizadores não escondem o descontentamento com esta medida e dizem-se indignados porque não houve qualquer aviso prévio. “Ninguém disse nada, foi assim como quem vai roubar uma casa”, afirma uma moradora de Mascarenhas.
“Faz muita falta, porque quando preciso de ir a Mirandela vou tratar de algumas coisas e despacho-me rápido, mas só há autocarro ao fim da tarde, já viu um dia inteiro com este calor. Se não tiver boleia tenho de pagar a um táxi que fica muito mais caro”, contra outra habitante daquela aldeia.
Também o presidente da junta entende que esta supressão é prejudicial. “Há pessoas que têm de ficar todo o dia em Mirandela sem necessidade. Não sei a razão porque retiraram esse horário e não sei se é justificável”, diz Mário Morais.
Confrontada com estas queixas, a comunidade intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), que é a autoridade de transportes com a competência pelas carreiras municipais, por delegação dos Municípios, reagiu numa nota informativa.
Adianta que “os operadores de transporte público de passageiros das carreiras regulares, operam com base em autorizações provisórias emitidas pela CIM. Este regime prolonga o anterior regime das antigas concessões até que a CIM contratualize, após concurso público, a rede de transportes Municipais, intermunicipais e inter-regionais do território”.
Ainda segundo a CIM TT, esse contrato “tem que estar em vigor até 2 de dezembro de 2021, sendo que está previsto para o próximo mês de outubro, a abertura do concurso. Esse contrato acarreta para os operadores obrigações de serviço público, que as atuais autorizações não garantem”.
O que está a acontecer, adianta a nota da CIM TTM, é que, “decorrente da pandemia e da suspensão do serviço de transportes de Março a Maio últimos, os operadores estão a aproveitar para fazer alguns ajustamentos aos horários, já que as carreiras têm cada vez menos passageiros”.
O caso concreto das linhas referidas Rebordelo – Mirandela e Mascarenhas – Mirandela, “está garantida uma circulação diária de ida e uma de volta, não se justificando, pelo insuficiente número de passageiros, outros horários. Outras linhas existem no território em que fora do período escolar são suspensas na totalidade”, ressalva.
A situação das duas linhas em concreto “é provisória”, e “só após a reabertura do novo ano letivo será possível definir os horários a vigorar”, conclui a nota da CIM-TTM.
Jornalista: Fernando Pires