O SINTAB – Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal – acusou a Varandas de Sousa, antiga Sousacamp e agora a operar sob a marca CUGA, de forçar trabalhadores a aceitarem rescisões “amigáveis” sob ameaça de despedimento coletivo ou extinção de postos de trabalho.
Em comunicado enviado à redação do Canal N, o sindicato denuncia que a empresa pretende “ver-se livre dos trabalhadores mais antigos e reivindicativos, aqueles que reergueram a empresa da crise deixada pelo patrão anterior”, substituindo-os por trabalhadores jovens, “expostos à necessidade de um emprego sob quaisquer condições”.
Na mesma nota, o SINTAB alerta para as condições laborais precárias e acusa a Varandas de Sousa de desresponsabilizar-se dos trabalhadores mais velhos, muitos deles com problemas de saúde decorrentes das más condições ergonómicas nas unidades de produção. “A empresa atira para os recursos públicos a responsabilidade de financiamento da recuperação física dos trabalhadores mais velhos, que agora despede”, refere o sindicato.
O sindicato também critica a empresa por recorrer a “subterfúgios legais” para evitar cumprir os seus deveres e tratar os trabalhadores como “mercadoria descartável”. Segundo o comunicado, a Varandas de Sousa não está a oferecer os valores mínimos que seriam devidos em caso de um despedimento coletivo legítimo, e as propostas apresentadas são muito aquém do que a lei prevê.
Aos trabalhadores, o SINTAB orienta a rejeição destas propostas, sublinhando que “estão no direito de recusar a referida proposta, devendo fazê-lo a fim de manter o seu emprego e a sua fonte de rendimento e subsistência familiar”.
Além disso, o sindicato critica a postura da empresa em ignorar o caderno reivindicativo apresentado pelos trabalhadores no mês passado, que aborda questões de segurança, saúde no trabalho e outras exigências legais. “Esta situação agrava-se pela recusa da empresa em sequer discutir o Caderno Reivindicativo dos Trabalhadores”, aponta o comunicado.
O SINTAB reforça o seu compromisso com os trabalhadores e garante que continuará a denunciar práticas injustas. “Esta é uma situação que assenta em subterfúgios legais, criados a preceito para que as empresas se desresponsabilizem e possam substituir os seus trabalhadores como quem troca de mercadoria”, conclui.
Jornalista: Lara Torrado