O Sindicato dos Enfermeiros (SE) exigiu ao Ministério da Saúde a realização de uma reunião suplementar, depois de não ter sido possível chegar a acordo naquela que deveria ser a última reunião do Processo Negocial. 

“A valorização dos enfermeiros, tal como sucede na restante Administração Pública, tem de ser para todos, independentemente de terem apostado ou não na sua formação profissional”, explica o presidente do SE, Pedro Costa, que não quer extremar posições, mas admite que “o espaço para negociar começa a ser mais curto”.

“É uma exigência nossa e da qual não abdicamos, a avaliação de desempenho tem de ser contabilizada de forma completa para todos os enfermeiros, independentemente de terem apostado na sua diferenciação técnica ou não”, refere Pedro Costa.  

O presidente do SE diz que esta diferenciação com os enfermeiros deve ser única na Administração Pública. 

“Por um lado, vemos os técnicos superiores que fizeram um doutoramento a receberem um aumento salarial de 400 euros”, recorda.

Por outro, explica, “vemos os enfermeiros que passaram a enfermeiros especialistas ou enfermeiros gestores a perderem parte dos pontos da avaliação de desempenho e, por isso, a serem ultrapassados por aqueles que nunca apostaram na formação profissional”. 

Uma situação que, garante, “está a gerar um enorme descontentamento junto dos enfermeiros que, mais uma vez, sentem estar a ser prejudicados face a outros profissionais do Serviço Nacional de Saúde”.

Assegurando que não podem existir dois pesos e duas medidas, Pedro Costa recusa, para já, um extremar de posições e a marcação de um período de greve mas deixa um alerta dizendo que têm estado sempre disponíveis para o diálogo, mas para que tal suceda é necessário que surjam cedências de ambas as partas. 

O SE assegura que “não pode ceder mais pois, neste momento, o que está em causa é a valorização da carreira de enfermagem, a dignificação da profissão e o reconhecimento do trabalho extraordinário que tem sido desenvolvido pelos enfermeiros”.

A reunião suplementar com o Ministério da Saúde tem de ser marcada no prazo máximo de quinze dias. “Esperamos que o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, possa marcar a reunião já para a próxima semana”, refere Pedro Costa, acrescentando que “o Governo não tem qualquer interesse, e os enfermeiros também não, de ver os utentes voltarem a ser prejudicados e a verem os seus exames, consultas, tratamentos ou cirurgias adiadas por uma intransigência sem nexo do Ministério da Saúde”.

Jornalista: Inês Carvalho 

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