Artigo de opinião escrito por Cristina Passas – Consultora

Há muito que queira acreditar, nomeadamente desde da entrada de Portugal na Ex-CEE e atual UE que Portugal tinha ganho algum “amor-próprio” à sua Pátria, e que longe iam os tempos em que a velha Aliança Luso-britânica que foi instituída em 1373 nos subjugava, ficando aliás conhecida pela Aliança Inglesa (só e apenas), e que os tempos do economista e político inglês, descendente de judeus portugueses, David Ricardo e da sua teoria comparativa que em 1703 originou o tratado de Methuen, conhecido como o tratado dos Panos e dos Vinhos, tinham sido ultrapassados… Mas não!

E só para nos lembrar que esta é a mais velha Aliança do Mundo e que a predominância económica inglesa sobre Portugal continua, a situação pandémica põe a nu as nossas vulnerabilidades económicas de sempre…

Para espanto meu! e em pleno séc. XXI.º, a História volta a dar um ar da sua graça e vem demonstrar que somos os mesmos pacóvios de sempre…. e isso irrita-me profundamente, ora façamos uma breve resenha temporal:

1 . Em final de Maio, a UEFA Champions League, atira a Final da Champions para o Porto, (poderia ser em qualquer parte da Europa exceto na Inglaterra pois sabem muito bem o que são os adeptos ingleses) mas como por ironia do destino, na Terra do Vinho do Porto usado na Teoria Comparativa de David Ricardo!

Mas calma vinham em “Bolha”!;

2. Chegam, fazem a bagunça toda, e nós pacóvios, ficámos a olhar para eles impávidos e serenos a fazerem a festa, os distúrbios, gozaram à grande e à Francesa e irem embora felizes e contentes e nós PRIVADOS das nossas festas e romarias, convívios e tudo mais;

3 . Mas a Inglaterra ainda não satisfeita (deve ser porque os ingleses se portaram muito bem!) retiraram em menos de 72 horas depois do jogo, Portugal do corredor da Via Verde… Simplesmente porque cospem na mão que lhe estendeu o pão!

… é o que serve de ser servil! Pois como dizia Victor Hugo, quem não quem poupa o Lobo, sacrifica a Ovelha… isto como quem diz: quem não poupou a festa dos outros na nossa pátria agora sacrifica a economia nacional e a vida dos seus compatriotas…pagam os santos pelos pecadores…o verdadeiro desespero do setor do turismo que após um ano e meio de agonia provocado pelo COVID´19 (que com vacina ou sem vacina) teima em não nos dar tréguas. Agudizando pelo confinamento de Janeiro a Março, viu uma luz ao fundo túnel em Maio que se esfumaçou em menos de 72 horas depois da Final da Champions com a retirada de Portugal do corredor Verde por parte da Inglaterra e cuja machada final foi dada pela Alemanha que desde logo alertou para os perigos eminentes que iriam decorrer na consequência do Jogo e, que devolvido um mês, os resultados e consequências estão á vista de todos…

Agora, obrigam-nos agora a correr não atrás da bola (até porque nem o EURO nos salvou) mas atrás do prejuízo… duro golpe perante uma situação que se está a complicar diariamente, e que fará com certeza o Verão de 2021, o “Verão mais Horribilis” da nossa vida, de todos os agentes económicos do sector do Turismo com forte impacto no PIB e consequentemente nas Contas Públicas.

Mas como dizia Nelson Mandela, a educação é a arma mais poderosa… pois estes são alguns dos ensinamentos que me ficaram das aulas de Macroeconomia e Epistemologia do Conhecimento que afinal não pensava “viver” num papel tão servil e sentir-me à mercê de entidades que decidem por nós e que me fazem sentir tão pacóvia! 

Ou será que esta gente que ocupa os altos cargos nas elites nacionais e desportivas não estudaram estas coisas… se calhar não precisaram.. ou os meus livros foram diferentes dos deles…

Quiçá, triste Fado o nosso!

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