Artigo de opinião escrito por Ana Catarina Teixeira- Técnica Superior, Gabinete de Comunicação do município de Alfândega da Fé

Gosto do Natal, sempre gostei. Da história do Menino Jesus, dos presentes do Pai Natal, do pinheirinho cheio de luzes e de enfeites, do cheiro dos doces, das músicas e até dos anúncios da televisão… do mais importante: a família reunida. 

Mas confesso que escrever sobre o Natal é mais difícil do que pensava. Não é que a quadra não me inspire ou que me faltem palavras para construir uma narrativa interessante sobre o tema. Na verdade, o tópico é-me familiar por força da minha atividade profissional. Mas é que, refletindo sobre o significado do Natal e sobre as minhas memórias, tudo me parece clichés. Lugares-comuns retirados de um postal de Boas Festas, brilhante e chamativo.

Que tenho sorte, dirão talvez. Concordo! Nem me estou a queixar. Do Natal na minha infância recordo momentos felizes, da vida adulta também. Mas ainda assim, procuro encontrar no Natal algo mais do que as palavras bonitas e as memórias felizes que nos visitam uma vez por ano. Procuro algo mais do que o simpático e cordial “Se não nos virmos antes, Feliz Natal!”.

Nesta época, caímos na redundância das Boas Festas e quando tocamos o Natal, este está transformado numa produção em serie, ornamentada de slogans e jingles, cor e luzes a piscar, embrulhado num papel colorido com uma fita dourada à volta.

Logo, logo, estamos prontos para o desembrulhar. Rasgamos o papel e amassamos o embrulho. O que era o teu presente? Desfazem-se a magia e a euforia à medida que se comem as rabanadas e se beberica um licor. No dia seguinte já não desejamos Feliz Natal.

Eu gosto de desejar Feliz Natal. Queria até desejá-lo o ano todo e ir revisitando os clichés desta quadra mais amiúde. Mesmo que fosse em Agosto. Sabia bem! Mas calma, não desanimemos para já. Depois do Natal temos ainda alguns dias para prolongar a euforia e saborear os últimos chavões da quadra: “Se não nos virmos antes, Boas Entradas!”.

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