O Tribunal da Relação de Guimarães decidiu ontem afastar o juiz que instruiu o processo do homem colocado em prisão preventiva, após ter sido detido em Torre de Moncorvo por um pó branco suspeito de ser cocaína, mas que afinal era açúcar.

A informação foi avançada pelo Jornal de Notícias, esta segunda-feria, que refere que o advogado do arguido, entretanto libertado, tinha levantado um incidente de recusa contra o juiz de instrução criminal de Torre de Moncorvo, questionando a sua imparcialidade.

João Peres argumentou, no início do mês de fevereiro, que o juiz demonstrou parcialidade no caso. “Acusa-o de ter praticado manobras dilatórias para ter mantido o arguido preso, mesmo após o Laboratório de Polícia Científica (LPC) ter confirmado, em novembro, que o produto apreendido não correspondia a droga”, refere o JN.

Recorde-se que Manuel Gomes, de 46 anos, ficou em prisão preventiva desde maio de 2022 por ter sido apanhado com 39 gramas de cocaína na própria viatura, mas afinal o produto encontrado era açúcar.

Quando o homem estava a caminho de Portugal para visitar um amigo em Trás-os-Montes, acabou por ser intercetado pela GNR em Verín, na Espanha, que encontrou um pó branco suspeitando que se tratasse de droga. Num teste rápido na farmácia, a substância reagiu positivamente e os militares acreditaram estar na presença de cocaína.

Mas meses mais tarde, as análises realizadas em laboratório decretaram que a substância era açúcar e que estava no porta-luvas do carro, pelo suspeito ser diabético.

Jornalista: Rita Teixeira

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