Os prejuízos causados pelo mau tempo no concelho de Macedo de Cavaleiros já foram contabilizados e ascendem os 230 mil euros. A freguesia de Cortiços foi a mais afetada pela tempestade, onde foram registadas perdas totais no cultivo dos cereais.

O cenário de destruição nas aldeias é visível e, ao longo das últimas duas semanas técnicos da Divisão de Ambiente e Serviços Urbanos e do EDRU- Gabinete de Empreendedorismo e Desenvolvimento Rural de Macedo de Cavaleiros, que estiveram nos locais com o objetivo de fazer o levantamento das situações.

Numa nota de imprensa enviada ao Canal N, Paulo Rogão, vereador, explica que “os danos foram muito significativos, uma vez que o declive na aldeia de Cortiços contribuiu para um enxurrada que arrancou o pavimento, em cubos de granito, e arrastou sinais de trânsito, mobiliário urbano e derrubou muros e guardas de proteção das vias públicas”.

De acordo com o relatório final dos serviços da autarquia, verifica-se a necessidade de proceder à substituição da rede de evacuação de águas pluviais, isto porque “ficou muito danificada”, consequência do voluma e da força com que correram as águas. “Também a ETAR de Cortiços foi muito afetada com a tempestade, levando à necessidade de intervenção para repor todo o seu normal funcionamento”.

“Entre os inúmeros trabalhos que precisam de ser feitos, contabilizamos uma verba na ordem dos 223 mil euros só no que diz respeito aos estragos causados em equipamentos do domínio público”, sustenta o vereador da Proteção Civil.

Também muito preocupante, “são os estragos ao nível das culturas agrícolas, não ó para esta colheita, mas também o futuro”, frisa Paulo Rogão. Na cultura do olival verificam-se “consequências nefastas quer ao nível do arrastamento de terras quer a nível da produção, que se estima ter sido afetada em cerca de 30%”. Um cenário ainda mais devastador é no caso das hortícolas, com perdas a rondas os 90% “não existindo qualquer possibilidade de recuperação”. Outro caso onde as perdas são totais é nos cereais, uma vez que se encontram “quebrados e envoltos em terra”.

Nas verificações efetuadas no terreno pelos técnicos, estima-se que as áreas afetadas rondem os 10 hectares no caso das hortícolas, 13 hectares de olival, oito no milho, três hectares de cereais afetados e quatro hectares de vinha e lameiros.

“A destruição da estrutura do solo causada pela chuva intensa fez danos irreparáveis e afetarão culturas futuras, além de que a perda permanente das camadas superficiais leva à redução da produtividade, depreciação da terra, perda de nutrientes e matéria orgânica” salienta o vereador.

Perante o cenário de caos, o objetivo do Executivo Municipal é a realização de ações de sensibilização junto aos agricultores para a alteração de algumas práticas culturais com vista à conservação do solo, e para a limpeza e manutenção de linhas de água naturais”.

Paulo Rogão acrescenta ainda que a Direção Regional da Agricultura e Pescas do Norte e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte serão contactados com fim a que sejam encontrados mecanismos para apoiar as explorações agrícolas, a nível local, para além do Programa de Desenvolvimento Rural, bem como apoiar a quebra das produções futuras. “É o futuro destas pessoas que está em causa pois, muitas vezes, o cultivo da terra é a base do sustento financeiro da família”, refere o vereador Paulo Rogão. Que recorda ainda que “muitas destas pessoas têm a sua horta de onde retiram a produção para os alimentos do dia-a-dia”.

O levantamento foi, também, enviado à Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes.

Jornalista: Lara Torrado

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