A seca provocou um recuo de 20 metros na albufeira do Azibo e empurrou a zona de banhos para colónias de plantas aquáticas que estão a atrapalhar a época balnear nas praias fluviais mais procuradas do Nordeste Transmontano.
O município de Macedo de Cavaleiros, responsável por esta zona de veraneio, garantiu hoje à Lusa que tem em curso uma intervenção, desde a semana passada, para resolver a situação que tem levado os utilizadores a pensar que a água está suja e sem cuidados.
O chefe da Divisão de Ambiente, Paulo Silva, explicou à Lusa que o que se encontra nas águas “não são algas”, mas plantas aquáticas típicas dos rios, que foram surgindo aos longo dos anos na albufeira e que este ano se tornaram num problema para os banhistas porque o nível da água “recuou cerca de 20 metros”.
“Agora, as pessoas vão tomar banho numa zona onde, nos anos anteriores, não tomavam e obviamente encontram essas colónias. Essas ervas emaranham-se e é desagradável para as pessoas porque ficam com as ervas agarradas”, afirmou.
O chefe de divisão afiançou que o município contratou uma empresa especializada e que foi feita uma intervenção que já permite tomar banho, “ainda de uma forma restrita” porque estes trabalhos “estão planeados para algumas semanas” e só deverão estar concluídos em meados de julho.
Segundo Paulo Silva, este tipo de intervenção, que implica a remoção das plantas “em pequenas dimensões localizadas”, o que tem sido feito ao longo dos anos nas habituais zonas de banhos, daí os utilizadores desconhecerem o que se passa atualmente.
Qualquer intervenção, como explicou, tem que ter sempre a autorização da Agência portuguesa do Ambiente (APA) “porque para todos os efeitos trata-se de uma vegetação local” dentro de uma zona de Paisagem protegida, onde “não pode ser degradada ou destruída a atividade biofísica do local”.
Estas plantas são “benéficas para todo o ecossistema local” e “purificadoras da água”, que este ano “desceu bastante” e “chegou a colónias que praticamente nunca foram intervencionadas e estão praticamente intactas”.
“Por isso mesmo dá aquela aparência de uma invasão este ano, mas elas já existiam, estavam era no fundo da zona de banhos, onde praticamente ninguém ia porque era com alguma profundidade, não eram de fácil acesso”, reiterou.
Paulo Silva disse que o município só interveio depois da época balnear ter aberto, a 16 de junho, por estar à espera “que o nível da água estabilizasse”.
Por: Lusa