Vinte pessoas foram detidas pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de falsificar análises de água destinada ao consumo humano, adianta o JN online.

Segundo aquele jornal, em causa estão crimes de abuso de poder, falsidade informática, falsificação de documentos, associação criminosa, prevaricação, propagação de doença e falsificação de receituário.

A operação “Gota d’ Água” incidiu sobre a atividade fraudulenta de um laboratório responsável pela colheita e análise de águas destinadas ao consumo humano, águas residuais, águas balneares, piscinas, ribeiras, furos e poços, entre outros.

O JN online, citando fonte da PJ, adianta que o laboratório visado, “que está devidamente acreditado, procedia à falsificação de todos os procedimentos de amostragem e análises relativas ao controlo de águas de consumo humano contratadas pelas entidades gestoras (Câmaras Municipais, Entidades Intermunicipais ou outras entidades em que foi concessionado aquele serviço público), em conluio com alguns dos funcionários, dirigentes e eleitos locais destas entidades”, revela a edição online do Jornal de Notícias.

A atividade fraudulenta do laboratório, acrescenta a PJ citada pelo JN, também se manifestava ao nível do controlo de águas residuais, nas análises realizadas para avaliação do cumprimento das licenças de descarga das Estações de Tratamento de Águas Residuais de diversos concelhos.

Entre as câmaras visadas na investigação, estão as de Mirandela, Macedo de Cavaleiros, Vila Flor e Alfândega da Fé, pelo facto de serem clientes do laboratório visado na investigação que tem uma delegação no complexo do Cachão, e que já terá tido vários detidos.

Os Municípios já confirmaram as buscas, referindo que estão a colaborar, prestando todo o apoio à PJ.

Nesta região, o laboratório em causa, Laboratório Regional de Trás-os-Montes, tem uma delegação no complexo do Cachão.

A falsificação visava reduzir os custos do laboratório, colocando em causa a confiança e fiabilidade dos resultados das análises e, consequentemente, a qualidade da água ingerida diariamente pelas comunidades.

Os 20 detidos, com idades compreendidas entre os 25 e 61 anos de idade, funcionários e dirigentes do laboratório, funcionários, dirigentes e eleitos locais das Entidades Gestores e ou empresas (câmaras municipais e empresas concecionários) vão ser apresentados a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas, conta o JN.

No total, foram realizadas 60 buscas domiciliárias e não domiciliárias, que visaram diversos particulares, empresas e entidades públicas nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Lisboa, Porto, Vila Real e Viseu.

O JN online acrescenta que o laboratório cuja atividade fraudulenta foi visada na presente investigação está constituído no regime de sociedade por quotas, com capitais distribuídos em 50% por uma empresa multinacional (com atividade similar à entidade visada) e os restantes 50% com capital público, no caso pela participação equitativa de seis municípios e uma Associação de Municípios.

Jornalista: Fernando Pires

Fonte: JN online

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