O painel de 30 especialistas que vai fazer a avaliação técnico-científica dos grandes incêndios rurais do corrente ano reúnem-se hoje, pela primeira vez, no Ministério da Administração Interna (MAI), em Lisboa.

A constituição deste painel conta com personalidades provenientes de vários centros de investigação do país devido à “necessidade de analisar a particular severidade e complexidade de alguns incêndios deste ano, que exigiram um acionamento excecional de meios de resposta”, refere o MAI.

“Não obstante a taxa de sucesso da intervenção em ataque inicial situar-se nos 90% e de cerca de 80% dos incêndios rurais não apresentarem uma área ardida superior a um hectare, o facto de algumas das ocorrências terem tido uma duração pouco habitual, com impactos significativos no património natural e florestal, bem como em bens e infraestruturas, levou o Governo a definir um modelo de avaliação que tem como principal objetivo retirar lições e preparar os próximos anos”, sustenta.

A subcomissão de lições aprendidas da Comissão Nacional de Gestão Integrada de Fogos Rurais, que integra a orgânica da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), liderada por Tiago Oliveira, vai analisar os principais incêndios deste ano. O painel de peritos vai contribuir para o processo de lições aprendidas.

O maior incêndio até à data aconteceu em agosto, no concelho da Covilhã, atingido toda a zona da Serra de Estrela, tendo consumido 24.334 hectares de floresta, seguido do incêndio que deflagrou no concelho de Murça, distrito de Vila Real, em julho e consumiu 7.184 hectares.

Segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), entre 01 de janeiro e 31 de agosto, ocorreram 9.701 incêndios rurais que resultaram em 106.639 hectares de área ardida, entre povoamentos, matos e agricultura.

O relatório do ICNF refere que o ano de 2022 apresenta, até ao dia 31 de agosto, o sexto valor mais elevado em número de incêndios e o quarto valor mais elevado de área ardida desde 2012.

Jornalista: Inês Carvalho

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