O isolamento imposto aos idosos que vivem em lares, por causa da pandemia de covid-19, agravou a saúde mental. Segundo o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) a vacinação teve logo um “impacto muito positivo”.

De acordo com um estudo levado a cabo pela CNIS, desenvolvido pela Universidade Católica, revelou-se que os idosos foram o grupo mais afetado entre os utentes das instituições, afetados pelas consequências do isolamento, desde a solidão, perdas relacionais e de sociabilização, desgaste, stress e ansiedade, tristeza ou medo.

A CNIS representa cerca de 900 lares, e segundo o presidente da instituição, Lino Maia, “a vacinação teve logo um impacto muito positivo entre estas pessoas” porque, apesar de a vacinação não significar o fim do vírus, permitiu “algumas saídas” e isso “alivia a situação”, explicou.

Em declarações à Lusa, Lino Maia, contou ainda que na primeira fase de confinamento houve “casos de desespero provocados pela situação”, onde teve conhecimento de situações de pessoas que se “atiraram da janela abaixo porque já não aguentavam com essa situação de solidão, de confinamento, sem visitas, apesar de todo o esforço que foi feito pelas instituições”.

O responsável relembrou que nas instituições onde se registavam surtos, durante um mês as pessoas não podiam sair dos quartos. “Além de não terem visitas, também não podiam sair do quarto, estavam ali confinadas no seu quarto. Isto fragiliza, a situação agravou-se”, relatou.

O responsável confessou que a pandemia teve consequências a dois níveis: por um lado, agravando os problemas de saúde mental e, por outro, evidenciando entre as pessoas que não tinham até então nenhuma patologia diagnosticada.

Jornalista: Rita Teixeira

Foto: Daniel Rocha

Slider