Artigo de opinião escrito por Raul Santos- CEO da SunEnergy
Não é novidade que grande parte das casas em Portugal não apresenta condições para garantir a sua eficiência energética. De acordo com as estimativas avançadas pela Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética 2021-2050, calcula-se que entre 660 e 680 mil portugueses vivem em pobreza energética extrema. A qualidade das casas, os baixos rendimentos e os custos elevados de energia e ainda a baixa literacia energética contribuem em muito para esta situação, mas sendo a pobreza energética um dos principais problemas a nível social, o que podem os portugueses fazer para dar a volta a esta questão?
Recentemente, o Governo anunciou várias iniciativas que visam promover a eficiência energética, com especial enfoque nas famílias mais vulneráveis. Entre estas medidas, destaca-se, por exemplo, a criação de 50 “Espaços Energia”, concebidos para apoiar os cidadãos e oferecer apoio técnico e aconselhamento sobre eficiência energética, energias renováveis e programas de financiamento para melhorias energéticas. Este programa, por exemplo, irá permitir que os cidadãos aumentem a sua literacia energética.
A par desta iniciativa, serão lançados também os programas “E-Lar” e “Áreas Urbanas Sustentáveis”. Enquanto o primeiro tem como objetivo incentivar a aquisição de equipamentos eficientes e a eletrificação de consumos energéticos, o segundo procura melhorar o isolamento térmico de edifícios e espaços públicos. Até recentemente, existia o Programa de Apoio “Edifícios Mais Sustentáveis”, uma iniciativa governamental com o objetivo de promover a melhoria da eficiência energética e a sustentabilidade ambiental em edifícios residenciais.
Estas são algumas medidas que poderão ajudar os portugueses a tornar os seus lares mais eficientes a nível energético. Mas a ambição deve ser ainda maior e devem existir cada vez mais apoios, a nível individual ou empresarial, para aproveitar os benefícios de vivermos num país onde a energia solar parece ser uma fonte de energia inesgotável.
No geral, no Dia Mundial da Eficiência Energética, é importante reforçar que é essencial que os cidadãos se interessem e estejam informados sobre os benefícios da eficiência energética e os apoios disponíveis, para que possam tomar decisões conscientes e informadas. Pequenas mudanças nos hábitos de consumo, como por exemplo, optar por comprar eletrodomésticos com consumo mais eficiente, ou optar por outras soluções mais avançadas, como a energia solar e as baterias para armazenamento de energia, podem fazer uma diferença significativa, sobretudo, no orçamento familiar.