Artigo de opinião escrito por Lídia Praça | Presidente da MEL – Mulheres Empreendedoras da Lusofonia

O Sismo que acordou Portugal na madrugada do passado dia 26 de agosto merece uma reflexão, ainda que breve. Portugal é um país com uma história rica e uma geografia diversa, mas que se encontra situado numa área geologicamente ativa da Europa, onde os sismos são uma realidade que não pode ser ignorada. A localização do país, próximo à fronteira entre a placa tectónica euroasiática e a placa africana, faz com que esteja sujeito a diferentes tipos de atividade sísmica. 

Os sismos têm uma vasta gama de efeitos, que podem ser classificados em três grupos principais: os efeitos físicos,os sociais e os económicos.

O impacto físico de um sismo pode resultar em danos severos em infraestruturas. Edifícios podem colapsar, estradas e pontes podem ser danificadas, e serviços essenciais, como água, eletricidade e telecomunicações, podem ser interrompidos. O sismo de 1755, por exemplo, não só causou a destruição de muitos edifícios em Lisboa, como também provocou um enorme tsunami que afetou várias zonas costeiras, ampliando os danos. 

No plano social, os sismos provocam profundas consequências. A perda de vidas é, sem dúvida, o impacto mais trágico, mas a deslocação de populações também é uma realidade comum. 

Os efeitos económicos dos sismos podem ser catastróficos. O custo para a reconstrução pode ser exorbitante, colocando as finanças públicas e privadas sob pressão. Setores como turismo, comércio e agricultura podem ser drasticamente afetados, levando a uma recuperação económica prolongada e complexa.

Atendendo a todos os riscos e danos que os sismos podem causar, Portugal tem adotado várias medidas para mitigar os efeitos sísmicos, designadamente, de prevenção, preparação e resposta.

Ao nível da prevenção, evidencia-se a implementação de normas de construção resistentes a sismos como uma das formas mais eficazes de prevenir danos. Edifícios em zonas de maior risco devem ser projetados e construídos com técnicas que visem minimizar os danos em caso de sismos. A revisão frequente dessas normas é essencial para se adaptarem a novos conhecimentos e tecnologias, garantindo que as infraestruturas permaneçam seguras.

Também a sensibilização da população é uma ferramenta vital. Os simulacros de sismo nas escolas, empresas e comunidades ajudam a treinar a população para reagir de forma eficiente e segura. É importante que os cidadãos compreendam os riscos e saibam como colocar em práticaos planos de emergência.

O desenvolvimento de sistemas de alerta precoce pode ser um excelente passo em frente. Embora Portugal não possua um sistema de alerta tão avançado quanto outros países, há iniciativas a serem exploradas. Tecnologias modernas podem permitir a deteção de movimentos sísmicos em fases iniciais, proporcionando o temponecessário para que a população se prepare e encontreabrigo.

O país tem implementado planos de emergência a nível nacional e local. A Proteção Civil desempenha um papel crucial na coordenação de esforços de resposta após um sismo. O estabelecimento de equipas de resgate e a realização de exercícios de emergência em diversas regiões permite que as autoridades estejam preparadas para responder a uma situação de crise.

Desde logo, após um episódio sísmico é vital ter planos de recuperação que não apenas avaliem os danos, mas também abordem as necessidades imediatas da população. A assistência humanitária é essencial, e a reconstrução deve considerar não apenas as estruturas físicas, mas também a recuperação social e emocional das comunidades afetadas. Iniciativas de desenvolvimento sustentável podem ser uma forma de garantir que as comunidades se tornem mais resilientes a futuros eventos.

Em resumo, é imperativo que Portugal continue a investir em pesquisa e tecnologia para fortalecer a prevenção e a resposta a sismos. Preparar o país e a sua população para eventuais desastres naturais é um compromisso que deve ser constantemente reforçado, assegurando que as lições do passado não sejam apenas lembradas, mas integradas em práticas que promovam a segurança e a resiliência da sociedade portuguesa.

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