Artigo de opinião escrito por Ana Catarina Teixeira- Técnica Superior, Gabinete de Comunicação do município de Alfândega da Fé
Está quase a terminar o primeiro mês do ano. O mês das duas faces, uma que olha para trás e faz o balanço do ano que findou, e outra que olha para a frente, com promessas ou resoluções para o futuro. Quem faz este exercício no início do mês de janeiro normalmente segue um de dois caminhos: o da promessa ou o da resolução.
Para mim, há uma clara distinção entre a promessa e a resolução. A meu ver os dois termos são profundamente antagónicos neste contexto, mas estão paradoxalmente interligados. Confusos? Pois já explico.
Vamos pensar na promessa como sendo um sonho, distante e difuso. Uma bruma que mal conseguimos tocar. Não é impossível de alcançar mas uma força, um peso cai sobre nós e não nos deixa chegar lá. Mal a Lua muda a sua face pela primeira vez em Janeiro, a promessa que fizemos a nós próprios ou a outros não passou disso mesmo.
A resolução não! Surge com o vigor e a determinação dos audazes, que traçam caminhos firmes e não esmorecem na travessia lenta e fria do interminável Janeiro. É mais calculista também, mas não acredita em impossíveis e os obstáculos são como as fases da Lua, cíclicos e ultrapassáveis.
A verdade é que ninguém nos pode tirar os sonhos. A capacidade de fantasiar e desejar, de criar novas realidades e de alcançar grandes feitos, num mundo paralelo, só nosso ou partilhado, onde nos permitimos a ser mais e ser melhores. É precisamente do sonho que saem as grandes resoluções. Por isso é bom sonhar. Os sonhos são nutriente para uma ambição saudável e oxigénio para uma jornada, tantas vezes sinuosa até à sua concretização real, até se tornar palpável. Quem alcança o topo da montanha optou pelo caminho da resolução mas certamente partiu de um sonho.
Admiro profundamente as pessoas que conseguem fazer resoluções seguras a longo prazo. Admito que não tenho essa capacidade e muitos dos sonhos que formulo em Janeiro são meras promessas que faço ao comer as doze passas. Mas há aqueles que me fazem ser resoluta nas decisões, esses são os sonhos maiores. Não é necessário dar grandes passos de cada vez, porventura com pequenos detalhes, grande perseverança e resiliência para avançar conseguiremos passar da promessa à resolução.
Este ano resolvi escrever. Estou grata pela oportunidade. Tenho muitos outros sonhos em carteira, mas para este já dei o primeiro passo. Espero não vos desiludir.
Já agora, que resoluções fizeram vocês para o futuro … para este ano… ou já para amanhã?