Artigo de opinião escrito por Nuno Pires- direção do Estabelecimento Prisional de Bragança

Agora Chuto Aqui!…

Muitas vezes mal julgado…
O árbitro nem sempre culpado!…

No desenvolvimento da atividade desportiva, o árbitro, ou a equipa de arbitragem, são determinantes para a realização de qualquer encontro, ou desafio competitivo. Qualquer evento desportivo que implique competição, não pode realizar-se sem que arbitragem tenha a sua intervenção.
Embora se coloquem, muitas vezes, a jeito, para o efeito, a verdade é que, na maior parte das vezes, os árbitros são alvo de julgamentos “sumários” injustos, tão inconvenientes, quanto desnecessários, que em nada ajudam e promovem o bem-estar, a justiça e a clarividência nos ambientes desportivos. E até sociais.
Ora sendo elementos sempre presentes, as suas prestações são, naturalmente, alvo de todas as atenções.
E, claro está, é difícil que aconteça a realização de um qualquer evento desportivo, sem que o desempenho do árbitro venha a ser discutido. No futebol, sendo o mais abrangente e popular, é aquele em que as decisões do árbitro dão mais que falar. Seja a que nível, ou escalão for. Nem sempre lhe é dado o devido valor. Ou melhor, numa boa parte das vezes, só dizem bem, quando convém.
Na semana passada, sobretudo no contexto regional, tal como já é habitual, repetiram-se críticas, amplamente mediatizadas, sobre o desempenho de uma equipa de arbitragem num desafio relativo ao Campeonato da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Bragança.
Não assisti ao jogo em causa. Por isso, não posso, nem devo opinar.
Porém, isso não me pode impedir de analisar e comentar algumas declarações mediáticas que ouvi.
Mesmo que o árbitro em causa tivesse protagonizado decisões desajustadas, não me parece que possam ser motivo para que sejam proferidas declarações tão pouco abonatórias, roçando até alguma falta de valores educacionais e sã convivência ao nível desportivo e de cidadania.
Não ficam bem comentários pouco dignificantes sobre a “pessoa” de qualquer árbitro, mesmo que ele tenha cometido erros, nomeadamente para quem os profere.
Ninguém é perfeito. Errar humano. Nós não somos seres perfeitos. Portanto, não podemos exigir perfeição nos outros!…
Obviamente que eu parto do princípio de que os árbitros, erram, ou não ajuízam da melhor forma, não porque estejam de má-fé, porque isso é condenável, mas, simplesmente, porque terá sido em função da perceção dos fundamentos da decisão.
Acreditando na boa- fé dos homens do apito, ou de quem os nomeia, devemos ser ponderados na apreciação que fazemos, tantas vezes imbuídos de um espírito clubista exacerbado, mas cujo julgamento deveria ser mais ponderado e fundamentado.
Se erram os treinadores, se falham os jogadores, se gerem mal os dirigentes, será que não assiste a um árbitro o direito de falhar, sobretudo quando num instante têm de apitar?!…
Uma coisa é certa, nenhum árbitro entra para dentro de um campo, para dirigir uma partida, sem ter formação. O que não temos, é certeza se a maior parte dos dirigentes e responsáveis pelas equipas terão a formação adequada ou não. Mas certamente não.
Assim sendo, será importante para que haja mais contenção e educação.

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