No contexto da votação das propostas de alteração ao Orçamento do Estado (OE) para 2023, o Livre viu aprovada a sua proposta que prevê medidas de proteção e promoção da língua mirandesa e a criação de uma “unidade orgânica própria”, num total até 100 mil euros.
A proposta apresentada por Rui Tavares, único deputado do Livre, e aprovada na Comissão de Orçamento e Finanças, no parlamento, prevê que, durante o próximo ano, o Governo, “após um processo de consulta envolvendo a autarquia de Miranda do Douro, a Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa e as escolas com ensino de mirandês, define e operacionaliza estratégias de proteção e promoção da língua mirandesa como língua viva, promovendo a criação de uma unidade orgânica própria”.
O Livre esclarece que o mirandês é “um tesouro nacional que importa nutrir e preservar” e refere que, “apesar de todos os esforços, a língua mirandesa encontra-se seriamente ameaçada e corre-se o risco de após 2032, quando tiverem passado 150 anos sobre a data em que Leite de Vasconcelos anunciou nacionalmente a existência do mirandês, não ser já uma língua falada de forma corrente”.
Desta forma será “essencial a criação de uma instituição de direito público, um instituto com dotação orçamental específica prevista para 2023 e para os anos seguintes”.
A iniciativa foi aprovada por quase todos os partidos à exceção da Iniciativa Liberal, que se absteve. Relativamente ao montante disponibilizado, mereceu também a abstenção de IL e PSD.
Jornalista: Rita Teixeira
Foto: Global Imagens