As obras de construção do Centro de Valorização e Melhoramento das Raças Autóctones (CVMRA), em Miranda do Douro, orçadas em 1,2 milhões de euros, começaram no final do ano e estarão concluídas em julho de 2023, foi ontem divulgado.

Este projeto é financiado em 77% por fundos comunitários e vai utilizar tecnologia de ponta na área da inseminação artificial, promovendo a valorização e melhoramento genético das raças autóctones do território do Planalto Mirandês, como é caso dos bovinos de raça mirandesa e ovinos de raça churra galega mirandesa

“Neste momento, a operação de inseminação de animais tem de ser realizada fora do concelhos do Planalto Mirandês e do distrito de Bragança, quando, num futuro próximo, teremos aqui um centro que poderá fazê-lo”, explicou vereador do município de Miranda do Douro, Vítor Bernardo.

O projeto contará, no futuro, com o apoio científico e técnico de investigadores do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

Segundo indicou o responsável, para além destas duas instituições de ensino superior, juntar-se-ão ao projeto a Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa, a Associação de Criadores do Ovinos de Raça Churra, a Confederação dos Agricultores de Portugal e a Cooperativa Agrícola de Palaçoulo.

“Pretende-se com esta intervenção conceber um equipamento inovador e de referência para o concelho de Miranda do Douro, bem como concelhos vizinhos, de modo a servir os utentes locais e das proximidades”, vincou o autarca.

O objetivo é que o CVMRA seja no futuro uma unidade promotora de desenvolvimento de ações de caracterização, conservação e utilização sustentável de recursos genéticos relacionados com as raças autóctones e centro de armazenamento e produção de sémen para pequenos ruminantes, trabalhando, intimamente, com as associações de criadores no apoio ao desenvolvimento de algumas das ações dos seus programas de melhoramento e conservação.

O CVMRA servirá, igualmente, para reabilitar o espaço que, anteriormente, operava como Centro de Formação Agrícola, sobre a tutela da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), na aldeia de Malhadas, “procurando uma solução que tire o máximo aproveitamento das instalações existentes”.

“Com a implementação do CVMRA, o município de Miranda do Douro, pretende criar infraestruturas de apoio técnico e, conjuntamente AS associações de produtores de raças autóctones e vários organismo do Estado ligados à agropecuária.

“Com a construção deste moderno centro, pende-se contribuir para o combate ao abandono do tecido rural, promovendo o desenvolvimento do sector agropecuário da região e atividades complementares associadas, tendo como princípio basilar a conservação das raças autóctones e a manutenção da genuinidade e qualidade dos produtos derivados, com vista à sustentabilidade económica, ambiental e social”, frisou Vítor Bernardo.

Ao criar esta infraestrutura orgânica, o município de Miranda do Douro reconhece as raças autóctones como símbolos identitários territoriais e contempla a necessidade de associar a produção/criação destas raças com o turismo no espaço rural dada a qualidade dos produtos que lhes estão associados e importância económica para as populações.

Por: Lusa

Foto: CM Miranda do Douro

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