A exposição ‘Ritos e Rituais de Inverno’, dedicada às tradições dos mascarados de Trás-os-Montes, chegou no dia 13 de março ao centro sociocultural O Vello Cárcere, em Lugo, onde ficará patente até 15 de maio. A mostra, organizada pela AECT Duero-Douro, a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, a Academia da Máscara Ibérica e a Área de Antropologia da Universidade de Santiago de Compostela (USC), reúne 83 máscaras de 26 artesãos, associadas a 34 rituais antigos do Entrudo tradicional transmontano.

Após ter passado por cidades como Zamora, Salamanca, Valladolid, Cáceres e Alfândega da Fé, a exposição foi inaugurada com a presença da professora Pilar Panero García, da Universidade de Valladolid, e da professora Elena Freire Paz, da USC, que destacaram o valor cultural e simbólico deste património. A cerimónia contou ainda com uma visita guiada conduzida por Pilar Panero e António Tiza, presidente da Associação da Máscara Ibérica.

As máscaras em exposição pertencem à coleção privada de Nuno Jorge Rodrigues Gonçalves e têm origem em diversas freguesias e vilas do distrito de Bragança, um território onde estas tradições pagãs continuam vivas, refletindo uma herança cultural de grande relevância artística, histórica e antropológica.

Além da exposição, foi disponibilizado um catálogo descritivo gratuito para o público, que reúne informações detalhadas sobre cada uma das peças e os rituais a que estão associadas.

IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE RITUAIS ANCESTRAIS REALIZA-SE EM ABRIL

Esta mostra insere-se num conjunto de iniciativas dinamizadas pela AECT Duero-Douro, que tem como missão a preservação e a promoção das tradições ancestrais da raia. Desde 2019, a entidade organiza o Encontro Internacional de Rituais Ancestrais, um evento que reúne mais de 60 grupos de mascaradas de várias regiões de Portugal, Espanha e outros países europeus.

A quarta edição do encontro está agendada para o próximo dia 5 de abril, na aldeia de Bemposta, em Mogadouro, distrito de Bragança, com atividades ao longo de todo o dia. A iniciativa reforça a importância de manter vivas estas manifestações populares, que continuam a mobilizar as comunidades e a atrair público nacional e internacional.

Jornalista: Lara Torrado

Foto: AECT Duero Douro 

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