Quatro meses após a suspensão da ligação aérea regional entre Bragança e Portimão, a Sevenair luta para superar os impactos financeiros e operacionais causados pela interrupção do serviço. Apesar de avanços no processo contratual, a companhia ainda não tem previsão para o regresso dos voos.
A suspensão da ligação aérea regional Bragança-Portimão, que já dura há quase quatro meses, continua a causar transtornos à Sevenair e às regiões servidas pela rota. A empresa enfrenta dificuldades financeiras, operacionais e de recursos humanos, numa altura em que a retoma dos voos permanece sem data definida.
Segundo Sérgio Leal, diretor de voos da Sevenair, a paragem prolongada resultou na saída de vários funcionários que não conseguiram manter-se na empresa.
A empresa, que tem cerca de 100 trabalhadores, entrou em lay-off devido a atrasos nos pagamentos devidos pelo Estado, uma situação que só foi parcialmente regularizada recentemente. O Governo já liquidou metade da dívida de 3,8 milhões de euros, mas a conclusão do novo contrato de concessão enfrenta entraves, incluindo a necessidade de revisão pelo Tribunal de Contas.
Apesar das dificuldades, a Sevenair está a diversificar as suas operações para garantir a sustentabilidade. Além de explorar outras rotas regionais, incluindo uma ligação internacional, a companhia reserva-se à espera de resultados.
A rota, que foi interrompida a 30 de setembro, transportava anualmente cerca de 13 mil passageiros, com uma taxa de ocupação de 65% antes da pandemia.
O novo contrato, que prevê um financiamento de 13,5 milhões de euros para os próximos quatro anos, foi assinado em dezembro, mas está retido devido a questões administrativas. O Tribunal de Contas apontou falhas nas datas constantes no documento, exigindo a sua revisão, o que adiará ainda mais o regresso da ligação.
Entretanto, o Ministério das Infraestruturas e Habitação ainda não se pronunciou sobre o caso.
Jornalista: Lara Torrado