Cerca de 40% dos estudantes brigantinos “dormem pouco e com pouca qualidade de sono”, revelou esta segunda-feira a Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSN).

A ULSN realizou um trabalho científico, que abrangeu 345 estudantes dos três Agrupamentos de Escolas de Bragança, com colheita de dados realizada em maio de 2017, onde foram avaliados os padrões de sono, os seus determinantes e a sua implicação no desempenho escolar, estilo de vida e estado nutricional.

A principal conclusão foi o facto de cerca de 40% dos jovens dormirem um número de horas insuficiente atendendo ao recomendado para a sua faixa etária, com irregularidades no tempo de sono entre a semana e o fim de semana.

Segundo os resultados do estudo, a insuficiência no número de horas de sono traduz-se em sonolência diurna com impacto nas atividades diárias e no desempenho escolar dos adolescentes. Ou seja, verificou-se que “a par da privação de sono, que os impede de enfrentar as exigências do seu dia-a-dia de forma plena, estes jovens organizam o seu sono sem ter em consideração os ritmos circadianos, fundamentais na arquitetura do sono”, refere a instituição de saúde, em comunicado.

Os motivos apontados pelos estudantes em estudo, para o sono insuficiente, foram as “novas tecnologias nos horários noturnos, organização do tempo de estudo, stress relacionado com os testes e atividades escolares”. Também “tristeza, ansiedade e pensamento constante sobre os problemas” contribuiram igualmente para a privação do sono destes adolescentes.

Este estudo permitiu ainda estabelecer associações do sono com o padrão alimentar, sendo que uma alimentação saudável e equilibrada tem um impacto positivo na qualidade do sono, com a prática de atividade física, sendo essencial na regulação do sono desde que não seja realizada próximo das horas de dormir, e com o consumo de substâncias psicoativas, sendo estas prejudiciais para a qualidade do sono.

Para ajudar os estudantes a dormir melhor, a ULSN lançou o projeto “Alerta Sono”. Este projeto de intervenção vai ser desenvolvido pelas equipas de Saúde Escolar em todas as escolas do distrito de Bragança, tendo em vista a capacitação dos mais novos para fazerem escolhas saudáveis com impacto positivo na qualidade do sono.

“Este plano de intervenção resulta da evidência científica validada pelos resultados da investigação sobre a qualidade do sono dos alunos do ensino secundário do concelho de Bragança, desenvolvida pela enfermeira da ULS do Nordeste, Ana Sofia Coelho, no âmbito do doutoramento realizado na Universidade de León, que permitiu concluir que os adolescentes em estudo “dormem pouco e com pouca qualidade””, conclui a ULSN.

Jornalista: Rita Teixeira

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