A deputada e ex-secretária de Estado Isabel Ferreira apresentou, ontem, publicamente a sua candidatura às autárquicas pelo Partido Socialista (PS) à Câmara Municipal de Bragança.

Em declarações ao Canal N, a candidata independente em quem o PS aposta na corrida à câmara brigantina, liderada pelo PSD há 27 anos, definiu como prioritários três pilares essenciais como a revitalização demográfica, a diversificação económica e a melhoria das condições sociais.

“Enquanto governante ficou evidente a perda de influência de Bragança na região e no país e as enormes ameaças que o concelho enfrenta, que estão relacionadas com a demografia e com a economia. E, portanto, este diagnóstico, que para mim é claro e que tem a ver, desde logo, com o envelhecimento populacional e também a baixa densidade populacional que temos no concelho, mas também os indicadores económicos modestos e refiro-me, por exemplo, à contribuição para o volume de negócios do país, que é muito modesta, há falta do setor secundário robusto, nomeadamente a nível da indústria transformadora, mas também os próprios serviços que enfrentam desafios em termos de competitividade e inovação”, explica Isabel Ferreira.

Pelos motivos mencionados, a candidata aceitou o convite do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, “porque é evidente que Bragança não pode esperar mais”, reforça.

A atual deputada da Assembleia da República acredita que por toda a experiência, de dimensão nacional, que acumulou, em termos de governação, mas também a carreira profissional sempre a partir de Bragança ligada à ciência “é fundamental para tomar boas decisões em termos de políticas públicas” até porque há “um conhecimento dos factos”.

“A minha experiência em ambas as vertentes leva-me a considerar que estou preparada para governar Bragança e faço esta escolha em detrimento de uma carreira política nacional que tenho e também da minha carreira académica internacional”, salienta.
Isabel Ferreira garante que tem claro quais são as políticas diferenciadoras para o concelho transmontano, que têm que ser “projetos verdadeiramente transformadores”.

“Nós temos, infelizmente, o exemplo de vários projetos considerados estratégicos pela governação local e que falharam, falharam redondamente. Como o Museu da Língua Portuguesa, a atração de investimento empresarial e as próprias dinâmicas de revitalização das nossas aldeias”, considera.

Para elaborar o seu programa autárquico, Isabel Ferreira quer conhecer a opinião dos cidadãos e para isso constituiu um conselho estratégico.

“Esse conselho estratégico é uma plataforma independente de reflexão e de análise para que sejam identificados desafios específicos e prioridades para o desenvolvimento de Bragança e para o bem-estar da população, de todo o concelho”, explica.

Todos que desejam contribuir com ideias podem participar nesta plataforma, mesmo de forma anónima.

“Este conselho estratégico está a ser coordenado pelo professor João Azevedo. Tem vários eixos relevantes para desenvolvermos um programa completo, desde a economia e o emprego, até à educação e ciência, o turismo, a criatividade, o ambiente, a coesão social e saúde, as infraestruturas, a habitação, a mobilidade, que são tão importantes”, aponta.

Ou até mesmo, o que diz respeito à “transformação e a inovação digital, a agricultura, os meios rurais e o desenvolvimento rural”.

Isabel Ferreira refere que está motivada a “ouvir as pessoas, quer para o programa, quer para depois ter as melhores listas com pessoas preparadas”.

O objetivo é ajudar Bragança a recuperar a sua liderança no distrito, em Trás-os-Montes, na região Norte e no país” e por esse motivo confia numa possível vitória.

As eleições autárquicas deverão decorrer entre 22 setembro e 14 outubro de 2025.

Jornalista: Rita Teixeira

Foto: Arquivo/Canal N

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