No âmbito do Ciclo de Teatro Para as Escolas, a Filandorra leva cerca de mil alunos ao Teatro de Vila Real para assistirem a Aulas Vivas sobre teatro a partir da ilustração viva das obras do património literário nacional que constam nos programas curriculares da disciplina de Português.

Depois de Frei Luís de Sousa de Almeida Garret, apresentado no Teatro de Vila Real no passado dia 18 de janeiro, numa representação que pretendeu inspirar os alunos que frequentam o 11º ano sobre o valor universal do texto garrettiano para a memória identitária, a Filandorra prepara-se agora para desafiar os alunos a “viajar” pela intemporalidade dos textos vicentinos a partir de um jogo teatral inspirado na modernidade mas que “respeita fielmente”, como refere o comunicado enviado ao Canal N, o texto escrito por Gil Vicente permitindo ao alunos identificar as variações linguísticas e as expressões próprias da época vicentina.

“As virtudes e os defeitos da sociedade do seculo XVI, que Gil Vicente satiriza na obra Auto da Barca do Inferno, sobem ao palco do Grande Auditório do Teatro de Vila Real no dia 24 de janeiro pela mão dos atores da Filandorra, com as personagens a viajar ao som de ícones musicais da atualidade e a desfilar sob guarda-roupa vistosamente contemporâneo, acompanhados com os símbolos dos seus pecados para o julgamento final, numa abordagem cénica contemporânea que remete os jovens alunos que frequentam o 9ºano para a atualidade do texto vicentino. Estreado em 2002 no antigo Cineteatro Morais Serrão em Vila Real, com encenação de David Carvalho, Auto da Barca do Inferno mantém-se em cena há 22 anos, com mais de 350 representações para mais de 62 mil jovens espetadores” adianta a Filandorra.

As “desventuras amorosas” da jovem Inês Pereira dão o mote para as representações de Farsa de Inês Pereira agendadas no Grande Auditório do TVR no dia 25 de janeiro. Mais que “mostrar” a obra, os atores da Filandorra vão dar a saboreá-la aos alunos para que possam ver Inês com os seus próprios olhos e sem preconceitos, numa encenação de David Carvalho que transformou o texto escrito há 500 anos numa obra do nosso tempo. Considerada a mais perfeita das obras do “fundador do teatro português”, a Farsa de Inês Pereira é a 65ª produção da Filandorra estreada em 2015, e que a Companhia mantém em cena graças as inúmeras solicitações das Escolas da região.

Este ciclo de teatro vicentino a realizar nos dias 24 e 25 de janeiro, tem sessões agendadas para as 10h30 e 14h30, com o Grande Auditório do Teatro de Vila Real a “encher-se” uma vez mais com as escolas de Vila Real e de concelhos limítrofes para “aulas vivas” sobre o teatro e Gil Vicente.

Jornalista: Lara Torrado

Foto: DGArtes

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