A escassez de técnicos no INEM já provocou duas mortes devido a atrasos no atendimento, incluindo um caso fatal em Bragança. O sindicato denuncia a situação e apela a um reforço urgente de profissionais para evitar novas tragédias.
A falta de técnicos de emergência no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) está a comprometer o socorro em situações urgentes, tendo já resultado na morte de dois cidadãos, um deles em Bragança. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, que alerta para os graves atrasos no atendimento causados pela falta de pessoal qualificado.
Atualmente, o INEM conta com cerca de 700 técnicos, um número muito abaixo dos 1.480 necessários para assegurar uma resposta eficaz. Por turno, o serviço tem apenas 25 técnicos disponíveis para atender chamadas de emergência, quando o ideal seriam cerca de 80, como explica o presidente dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar, Rui Lázaro.
A situação tem sido agravada pela greve às horas extraordinárias iniciada esta semana pelos técnicos do INEM, que exigem soluções concretas para melhorar o quadro de pessoal. O sindicato afirma já ter apresentado propostas ao governo, mas considera que as respostas têm sido insuficientes.
O INEM emitiu um comunicado pedindo à população para utilizar o número de emergência 112 apenas em casos de risco de vida, explicando que mais de 2.000 chamadas não urgentes foram registadas no último fim de semana. Para mitigar os efeitos da greve, o Sistema Integrado de Emergência Médica foi reforçado com 10 ambulâncias de socorro adicionais, uma medida que o INEM espera que traga algum alívio temporário aos serviços de emergência.
Jornalista: Lara Torrado