O ano de 2023 destaca-se como o melhor ano para a participação portuguesa no Cluster 6 do Horizonte Europa, tendo alcançado o maior número de projetos aprovados, o maior número de coordenações e o maior montante de financiamento captado, de 51 milhões de euros, refletindo uma taxa de retorno financeiro superior a 3,5%.
O Cluster 6 tem como objetivo reduzir a degradação ambiental, travar e intervir o declínio da biodiversidade na terra, nas águas interiores e no mar, de forma a gerir melhor os recursos naturais através de mudanças transformadoras na economia e na sociedade, tanto nas zonas urbanas como nas rurais.
Desta forma, o Cluster 6 quer garantir a segurança alimentar e nutricional através do conhecimento, da inovação e da digitalização na agricultura, nas pescas, na aquicultura e nos sistemas alimentares, e orientará e acelerará a transição para uma economia circular hipocarbónica e eficiente em termos de recursos e uma bioeconomia sustentável, incluindo a silvicultura.
Este ano foram submetidas “310 propostas com participação portuguesa em 2023, com uma taxa de sucesso superior a 25%, comparável à média europeia”, refere o comunicado enviado à reação do Canal N. “Os projetos financiados envolvem 174 entidades de todas as regiões de Portugal, exceto a Madeira, com mais de 30% do setor empresarial e cerca de 50% de instituições de I&D”.
Dos projetos financiados, um deles diz respeito ao Laboratório Colaborativo MORE, sediado em Bragança. Chama-se “Nexo WEFE” e visa aumentar a segurança da água, da energia e dos alimentos sem comprometer os serviços dos ecossistemas.
No anterior programa-quadro de financiamento à Investigação e Inovação (I&I) – Horizonte 2020, as entidades nacionais captaram cerca de 150 milhões de euros nas áreas do atual Cluster 6. Só nos primeiros três anos do Horizonte Europa, as entidades nacionais já captaram cerca de 128 milhões de euros, ou seja, mais de 85% do total obtido nos sete anos do Horizonte 2020.
“Estes resultados refletem a crescente competitividade nacional e a forte presença de Portugal em projetos colaborativos europeus de investigação e inovação, algo que a Agência Nacional de Inovação se tem empenhado em potenciar”, afirma Sílvia Garcia, administradora da ANI, que destaca ainda o facto de muitos deles serem coordenados por entidades portuguesas num programa marcado pela significativa competitividade ao nível da excelência da I&D a nível europeu.
Entre 2021 e 2023, Portugal captou cerca de 128 milhões de euros no Cluster 6 do Horizonte Europa, incluindo contribuições para as Missões Oceano & Águas e Solo, e a Parceria Europeia Indústrias Circulares de Base Biológica (CBE JU).
SOBRE O MORE COLAB
O MORE CoLAB promove e dinamiza o desenvolvimento das regiões de montanha de forma a procurar gerar inovação em novos produtos, processos e serviços, com impacto na economia e no desenvolvimento sustentável dessas regiões e estimular a criação de emprego qualificado gerador de valor económico e social.
AMBIÇÕES DO MORE COLAB
- Identificar necessidades e desafios específicos nas áreas de Montanha Mediterrânica;
- Mobilizar de forma sustentável as cadeias de valor e promover locais naturais únicos, criando oportunidades de negócio baseadas em ciência e tecnologia;
- Criação de valor económico e social, associando instituições científicas e académicas em colaboração com atores económicos, sociais e culturais;
- Dinamizar o sector privado criando novas oportunidades de negócio;
- Estabelecer modelos de interface e transferência de conhecimento;
- Diversificar, estimular e coordenar atividades baseadas no conhecimento científico;
- Facilitar a criação de emprego gerador de valor económico e social.