É a reação da empresa, depois de a Presidente da Câmara ter garantido que o estaleiro não ficará no Cachão e que seria encontrada alternativa até ao final deste mês. Empresa revela que o Departamento de Urbanismo do Município “sempre esteve a par de tudo e licenciou as obras de adaptação para a atividade proposta”.
Há mais desenvolvimentos sobre a polémica em torno de um estaleiro para parqueamento dos camiões de lixo, que a empresa responsável pela gestão da recolha indiferenciada de resíduos urbanos da Terra Quente pretende instalar no Cachão.
Depois da contestação de cerca de uma centena de moradores da aldeia, que ameaçam avançar para tribunal se não houver um recuo neste processo, acusando o Município de Mirandela de ter aprovado o licenciamento sem auscultar a população, a presidente da autarquia, Júlia Rodrigues, garantiu que a atividade proposta terá de ser realizada em outro local e que a alternativa seria encontrada durante este mês de junho.
Agora, a empresa diz que no decurso do processo de licenciamento aprovado pelo departamento de urbanismo da câmara de Mirandela sempre ficou claro qual era a atividade que se pretendia desenvolver. Ainda assim, a empresa diz estar disponível para estudar outra alternativa para o estaleiro desde que sejam salvaguardados os interesses da empresa e do proprietário do espaço, que já têm um contrato de arrendamento com a duração de um ano.
Em comunicado, o Agrupamento Complementar de Empresas “Terra Quente Transmontana, A.C.E, responsável, desde novembro de 2019, pela gestão da recolha indiferenciada de resíduos urbanos da Terra Quente Transmontana, começa por referir que uma das obrigações contratuais diz respeito ao estaleiro que a empresa “terá que possuir na sua área de intervenção para estacionar, após lavar e desinfetar, 7 viaturas que se encontram afetas ao serviço”.
Para justificar a escolha do Cachão para a instalação daquela unidade, a empresa alega que os trabalhadores que absorveu, vindos da outra empresa que realizava o serviço anteriormente, são provenientes dos concelhos de Mirandela e Vila Flor, pelo que tentou “fazer uma conjugação de interesses, nos quais nem os colaboradores de Vila Flor nem Mirandela ficassem prejudicados, procurando um local equidistante do ponto de partida para o serviço”.
Ainda antes de formalizar qualquer contrato com o proprietário de um armazém escolhido para instalar o estaleiro, a empresa refere que se deslocou ao departamento de Urbanismo da Câmara Municipal de Mirandela, para solicitar uma visita ao local pelos técnicos responsáveis, por forma, a viabilizarem ou não o espaço para a atividade pretendida.
Segundo a empresa, a resposta “foi no sentido de não haver qualquer entrave para tal, sugerindo a apresentação de pedido de licenciamento de obras de adaptação do espaço, o que foi feito”.
Posteriormente a empresa celebrou um contrato de arrendamento com o senhorio, o qual vem cumprindo desde Maio de 2020. “Em simultâneo apresentou processo de licenciamento de obras indicadas pelo departamento de urbanismo, tendo o processo em causa sido finalizado em 30 de Março de 2021 com a aprovação do pedido de licenciamento e obtenção do Alvará de Obras”, adianta o comunicado
Em Janeiro deste ano, a empresa revela que aconteceu uma reunião com a Presidente da Câmara de Mirandela e com o proprietário do armazém, onde Júlia Rodrigues, segundo o comunicado, terá “transmitido alguma preocupação manifestada por alguns munícipes com a instalação do armazém naquele local”, questionando a autarca se a empresa “estaria disponível para fazer uma sessão de esclarecimento às pessoas que tinham dúvidas relativamente à atividade” que ali iria desenvolver.
A empresa afirma que mostrou essa disponibilidade, mas acrescenta que “até à presente data nunca fomos contactados para tal”.
Na nota enviada à nossa redacção, a empresa garante que o armazém “servirá apenas para recolher os veículos no final da jornada de trabalho, já vazios e após lavagem e desinfeção dos mesmos. Não deverá pois existir receio ou preocupação de maior, dos munícipes vizinhos quanto a eventuais ruídos ou maus cheiros”.
Dizem mesmo que não existe razão para o alarme público que tem sido feito sobre a instalação do referido armazém, “tanto mais que a anterior indústria que ali funcionava, uma carpintaria, era seguramente muito mais ruidosa”, ressalvam.
A empresa refere que depois da obtenção do respetivo Alvará de Obras, foi questionada pela Resíduos do Nordeste, entidade gestora deste Serviço, se estavam disponíveis para estudar outra alternativa, ao qual dizem ter respondido positivamente, desde que, “fossem salvaguardados os interesses da empresa e do proprietário do espaço”, acrescenta o comunicado.
A empresa termina dizendo que está à aguardar pelos últimos orçamentos para poderem posteriormente iniciar as obras em causa.
Jornalista: Fernando Pires