Quatro anos depois, Mirandela volta a acolher uma centena de praticantes e mestres nacionais de vários estilos das artes marciais, naquela que será a oitava edição do estágio inter-estilos, agendado para o próximo sábado, no Pavilhão do Inatel.
O evento já não acontece desde 2019, devido à pandemia da Covid-19. O objetivo é “demonstrar que vários estilos podem encontrar-se e partilhar experiências e conhecimento”, adianta Carlos Mendes, da Associação de Defesa Pessoal do Nordeste Transmontano (ADPNT), que organiza a iniciativa.
E para os atletas “é sempre bom ver qualquer coisa diferente, para avaliarem o nosso trabalho, terem a oportunidade de observar outras técnicas, tocar ideias, conhecimento na família marcial que está sempre presente”, acrescenta.
Para Carlos Mendes não há dúvida de que a iniciativa “tem ajudado a que exista uma maior união entre os praticantes dos vários estilos que as artes marciais proporcionam”, refere.
A iniciativa decorre durante todo o dia de sábado e para além dos mestres convidados, participam atletas da Associação de Defesa Pessoal do Nordeste Transmontano, de Mirandela, Torre de Dona Chama, Vila Flor, Carrazeda de Ansiães, Alfândega da Fé, Torre de Moncorvo e de outros clubes oriundos do Porto, Maia, Oliveira do Hospital, Amarante e Chaves.
Carlos Mendes descreve como será o dia de estágio. “Serão quatro tatamis colocados no pavilhão, em que cada mestre vai ter um grupo que vão estar divididos por faixa etária e pelas graduações. Depois, cada mestre vai passar nos tatamis, mediante a vertente que eles têm, dar-lhes as técnicas e falar”, explica.
A oitava edição do estágio Inter-Estilos, no próximo sábado, tem a parceria do Município e junta de freguesia de Mirandela.
Na região, a modalidade tem cerca de uma centena de atletas. Em Mirandela, Carlos Mendes lamenta que continue a haver pouco apoio. “O futebol é rei. Não é para falar mal, pelo contrário, respeito. Não nos podemos comparar, claro que não, mas também somos a única associação neste momento, que temos um espaço, mas que temos de pagar a renda para treinar. Se uns têm o espaço, porquê que outros não podem ter?”, questiona.
“O nosso espaço é pequeno, esperamos que um dia pensem em nós porque estou convencido que ao ter um espaço maior, mais gente vinha”, acredita Carlos Mendes.
As dificuldades da vertente da defesa pessoal em Mirandela para conseguir cativar atletas, devido à falta de condições para treinar.
Jornalista: Fernando Pires