“Surpreendida, mas muito contente”. Foi desta forma que Erika Gomes, jovem guarda-redes de 15 anos da equipa de futebol feminino do Sport Clube Mirandela, recebeu a notícia da sua estreia em convocatórias para a seleção nacional de futebol em sub/16.
“Estava entretida a ver o telemóvel, quando recebo uma notificação a mencionarem o meu nome numa história e quando ver era a convocatória. Fiquei feliz e não estava à espera, apesar de há muito tempo andar a trabalhar para conseguir lá chegar”, diz Erika que começou a jogar futebol aos 12 anos, mas a sua posição inicial até nem era de guarda-redes. “Comecei a ponta de lança, depois fui para defesa central, mas como precisavam de alguém para ir à baliza, candidatei-me, gostei e acabei por ficar a guarda-redes”, revela.
A atleta do SC Mirandela está focada em continuar a trabalhar para evoluir na modalidade e não esconde que gostaria de continuar a jogar futebol por muitos anos. “Quero continuar a carreira de jogadora, porque é a modalidade que gosto, mas se não der certo vou tentar fazer alguma coisa dentro do futebol”, afirma.
Na próxima segunda-feira, o destino é o Luso, onde vai decorrer, durante três dias, um estágio de preparação da seleção nacional de sub/16, com as 24 atletas chamadas pela treinadora nacional, Susana Bravo. “Vou dar o máximo para voltar a ser convocada para mais um estágio ou para mais um jogo” diz Erika.
Já para o seu treinador na equipa do SC Mirandela, que participa no nacional da segunda divisão de sub/19, a chamada aos trabalhos da seleção da Erika até acabou por não ser surpresa. “Sabemos que ela tem uma observação prévia desde o início do ano e pela qualidade dela, e pela qualidade que ela coloca nos treinos e como ela trabalha, sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, iria surgir uma oportunidade para ela se mostrar na seleção nacional”, refere Filipe Fontoura.
Já quanto ao facto desta chamada à seleção nacional poder ser motivador para as restantes atletas, Filipe Fontoura até entende que “pode ser um pau de dois bicos” e explica porquê: “Algumas podem-se motivar, mas há outras que podem achar que também tinham esse direito, pelo que agora terá de ser um trabalho da equipa técnica e de todo o staff do Mirandela, da parte feminina, de as fazer perceber que só com trabalho é que podem lá chegar e que se a Erika chegou lá foi por trabalho e por mérito”, acrescenta.
Erika Gomes, a guarda-redes da equipa feminina do SC Mirandela está a viver um sonho com a chamada aos trabalhos da seleção nacional de sub/16.
A guarda-redes de apenas 15 anos de idade espera que seja a primeira de muitas convocatórias para representar a seleção das Quinas
Jornalista: Fernando Pires