A dívida das várias entidades do Ministério da Saúde à Associação dos Bombeiros de Mirandela pelo transporte de doentes não urgentes, já atinge perto de meio milhão de euros, revela o presidente da direção. “Não é difícil, estarem cerca de 400, 500 mil euros para receber ainda, desde o INEM, unidades locais de saúde, hospitais como o Santo António, e o São João, no Porto, o hospital de Coimbra e outros”, revela Sílvio Santos, reeleito, no passado dia 4 de dezembro, para mais três anos de mandato.

O problema nem é tanto a questão da dívida, mas sim a irregularidade com que ela é paga, dificultando a gestão de tesouraria, acrescenta.

A somar a este problema, Sílvio Santos entende que os apoios do Estado são cada vez mais escassos para fazer face às inúmeras despesas que a corporação já tem de suportar, em particular com a folha salarial dos operacionais que ascende a cerca de 500 mil euros anuais, e com os combustíveis, cuja fatura anual ronda os 250 mil euros. “A associação de Mirandela recebeu durante este ano, qualquer coisa como nove mil euros mensais fixos do estado, estamos a falar de 108 mil euros anuais, mas não podemos esquecer que a associação tem a responsabilidade social de manter os seus trabalhadores, mas também manter um corpo de bombeiros que não tem um retorno financeiro para a associação”, lembra.

Escassos são também os apoios do Município de Mirandela, diz Sílvio Santos. “Neste momento, esse apoio consiste na remuneração de metade dos salários dos 15 elementos das três equipas de intervenção permanente e, desde 1998, uma comparticipação para cinco elementos da central de telecomunicações, que é transversal ao nível do país, e resume-se a isso”, afirma.

O presidente da direção dos bombeiros de Mirandela não tem dúvidas que seria de “elementar justiça” um maior apoio financeiro por parte da autarquia liderada por Júlia Rodrigues. “Se fizermos uma auscultação dos mais de 450 corpos de bombeiros que existam no país, não encontraremos uma quantidade muito grande que não têm um apoio extra dos Municípios, extra prestação de serviços, extra EIP’s e operadores das centrais de telecomunicações”, refere. 

“Penso que nenhum cidadão ficará escandalizado se souber que a autarquia apoia os corpos de bombeiros do concelho, porque sabemos que os serviços municipais de proteção civil têm sido estruturas que têm vindo a surgir e a desenvolver-se, mas acho que é inegável que os bombeiros continuam a ser o braço armado da proteção civil municipal”, acrescenta.

O presidente da direção diz já existirem alguns contactos com o executivo municipal de Mirandela para ser possível chegar a um entendimento de passar a existir um apoio financeiro mais de acordo com a importância vital que os bombeiros representam para o concelho.

Jornalista: Fernando Pires 

Foto: Arquivo/Canal N

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