Acompanhados pelo grupo de pauliteiros da aldeia de Constantim, no concelho de Miranda do Douro, a Velha e o Carocho saem à rua para animar a população.
De origem muito antiga, continua hoje a ser praticada. O Carocho e a Velha são uma celebração de grande significado. Estas personagens mitológicas são os patronos da “Festa das Morcelas ou da Mocidade”, que se realiza entre os dias 27 e 30 de dezembro.
Com o traje vestido, a velha, que na realidade é um homem, representa a mulher, enquanto que, a figura do Carocho, sempre mudo, o seu marido. Os pauliteiros são os oito filhos do casal que, segundo a história, ao som da gaita-de-foles e da caixa e bombo, pedem esmolas para sustentar a família.
A “Tiê Biêlha” nas mãos tem um garfo de madeira de grande tamanho. Este utensílio tem como objetivo recolher as peças de fumeiro, como as chouriças, as costelas, orelhas e pés de porco, que a população entrega de bom agrado.
As ruas animam-se com este ritual pagão, cuja a origem já se perdeu no tempo. Esta festa atrai pessoas de todo o país e até de fora.
Estas personagens assumem o controlo da aldeia, visitando e “roubando” as chouriças destinanadas a alimentar a população. As peças de fumeiro recolhidas servem para a realização da ceia comunitária.
Esta é apenas uma das muitas “Festas dos Rapazes” do Nordeste Transmontano que se realizam no final de cada ano.
Jornalista: Lara Torrado
Foto: Helena Barril