Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real, mencionou que é “urgente e imperioso” fazer a ligação ferroviária por Trás-os-Montes até Espanha. O mesmo mostrou preocupação com a calendarização do investimento.

“É urgente, é imperioso fazer a ligação Porto – Vila Real – Bragança – Espanha o mais depressa possível” mencionou o autarca em declarações à agência Lusa e acrescentou que “estamos preocupados com a calendarização do investimento, mas temos a expectativa de que ele possa ser antecipado”.

Apesar do Plano Ferroviário Nacional (PFN) ter um conjunto de investimentos e projetos até 2050 o autarca frisou que a via transmontana “devia ter prioridade” e que o ideal seria apontar para 2030.

De acordo com a Lusa, o PFN propõe uma nova ligação ferroviária que poderá vir a ligar Porto a Espanha, por Vila Real e Bragança e a hipótese permite ter tempos de viagem que “são competitivos” com a rodovia.

“O que todos queremos, todos sem exceção, é alta velocidade ou velocidade elevada. A mim, o que me parece relevante é que esta linha seja competitiva relativamente à rodovia, isto, é seja uma linha rápida – mais rápida do que ir de automóvel – seja uma linha confortável, uma linha segura e, depois, a terminologia para mim não é relevante”, salientou Rui Santos.

Para o presidente de Vila Real os tempos que estão previstos parecem razoáveis. “Parece-me que é um tempo aceitável e parece-me também que a ligação a Espanha, e aí o TGV, também me parece aceitável”.

No PFN é referido que a reabertura da Linha do Corgo “não se afigura como uma opção viável” para o restabelecimento da ligação ferroviária à capital de distrito, uma vez “que os tempos de viagem na ligação ao Porto, seriam sempre demasiado longos para poder captar uma quota modal significativa das deslocações”, no entanto, no plano considera-se que a reabertura, pelo menos parcial, da Linha do Corgo, “não deve ser descartada”, podendo “cumprir funções de transporte local entre Vila Real e a Régua, fazendo o fecho de malha entre a nova linha e a Linha do Douro”.

Rui Santos mencionou à Lusa que “a Linha do Corgo tem obviamente potencial turístico, mas nunca será uma linha competitiva em termos de tempo porque a ligação de Vila Real à Régua, que agora se faz em 25 minutos de carro, demorar mais de uma hora, nunca será competitiva em relação à rodovia”.

De relembrar que este não é caso único de descontentamento. O município de Alfândega da Fé criticou duramente o Plano Ferroviário Nacional, referindo que o atual projeto apresentado pelo Governo “não oferece cobertura a todo o território nacional e relega investimentos estruturantes para o desenvolvimento e coesão territorial para um prazo de 20 a 30 anos”.

Também Bragança criticou a proposta junto da comunicação social, tendo pedido uma maior atenção para Bragança e para o seu posicionamento estratégico, reclamando a ligação entre o litoral e Zamora (Espanha) através da Alta-Velocidade.

Por: Lara Torrado

Foto: Gustave Deghilage

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