Por: Tiago Morais – Estudante Universitário
São muitas as pessoas que foram educadas com frases como “tens de ser o melhor para sobreviver” ou “não pode haver distrações do estudo”.
Do meu ponto de vista (importante reforçar), estas frases devem ser reformuladas e os jovens devem ser ensinados a “dar o melhor de si mesmos” e a “não deixar que as distrações os prejudiquem”.
À primeira vista podem parecer ensinamentos bastante semelhantes, mas, no entanto, podem ter impactos bastante diferentes. Vamos analisar por partes e começar por tentar perceber o que significa “ser o melhor”. Ter melhores notas? Ser melhores profissionais no futuro? Nem sempre um excelente aluno origina um excelente profissional. Por vezes esta busca obsessiva pelo “pódio” gera jovens frustrados e infelizes. Se é mau ambicionar ter a nota máxima? Claro que não! Se essa ambição partir de dentro de nós e se soubermos que temos a capacidade para tal, é um objetivo como outro qualquer. No entanto, esse objetivo deve ser quantitativo e não comparativo.
Com isto quero dizer que, se ambicionarmos um 20 e tivermos um 17, o nosso pensamento deve focar em “Errei por 3 valores. Onde posso melhorar?” e não em “X pessoa conseguiu 20 e eu não”. Os pais são uma peça fundamental na nossa educação. A sua participação ativa influencia a formação de cada um, mas não podem ser eles os criadores dos objetivos dos filhos. O que eles devem fazer é fomentar nas crianças/jovens um interesse pelo futuro e explicar a importância de ter ambições e lutar por algo que se quer.
Certamente assim será mais fácil a cada um adaptar os objetivos às suas capacidades e aspirações, não procurando em todos os casos ser o melhor, mas sim em dar o melhor de si para “dar check” em cada meta que criou. Felizmente tenho a sorte de ter pais assim e tenho pena de conhecer pessoas da minha idade presas a objetivos irrealistas.
Passando à segunda parte da mensagem que quero transmitir, vou falar sobre distrações. A palavra distração tem, por norma, uma conotação negativa. No entanto, é impossível levar uma vida sem distrações. Sendo assim, faz todo o sentido tê-las em conta na nossa vida e arranjar tempo para elas. Estas podem ser de natureza desportiva, artística ou social, por exemplo, e funcionam como um descanso para a nossa cabeça. Faz sentido intercalar o estudo com atividades extracurriculares ou momentos de convívio com os amigos, porque é (quase) impossível ser produtivos 24 sobre 24h. São precisas pausas, descansos, brincadeiras. Mais uma vez os pais têm um papel fundamental na questão, pelas razões óbvias, e a escolha desta atividade deve ser feita em conjunto com os filhos, tendo em conta os gostos deles e as possibilidades da família. Não escolham por eles, mas incentivem uma escolha. Cabe depois a eles, estudantes, não deixar que as distrações os prejudiquem. Acreditem que, por norma, só traz benefícios!
Participem ativamente na vida e na educação dos vossos filhos, mas não os façam lutar por algo que eles não querem. Sejam os impulsionadores, nunca o travão!