Artigo de opinião de Mariana Marques – CLDS 4G Vila Flor Ativa

Vivo numa aldeia pequenina em população, onde, eu já com os meus 30 anos, sou a segunda pessoa mais nova que nela reside! Por essa razão todos os dias me deparo com o envelhecimento, vejo a população da minha aldeia a envelhecer e partir, vejo, agora em tempos de pandemia, o envelhecimento a correr a passos largos, porque nos foi retirado o pouco de vivências que tínhamos, o convívio, a partilha. E numa população envelhecida, de pouco valem as redes sociais, a internet e as novas tecnologias. Vale-nos sim o nosso vizinho, vale-nos a disponibilidade do outro. Em tempos de pandemia, vi jovens a preocuparem-se em fazer chegar os alimentos e a medicação ao seu vizinho mais velho, para o preservarem da partida que o mundo nos havia preparado. Em tempos de pandemia, vi os mais novos a usarem os seus telemóveis e tablets, não só para assistirem às aulas, mas também para trazerem mais perto aqueles que estão longe, e as videochamadas fizeram as delícias dos nossos idosos! Em tempos de pandemia, entre coisas tão más, vimos acontecer algo belo, humano e que devemos levar para sempre, olhar à nossa volta e ver, ver com o coração. Ver gerações que apenas se preocupavam com coisas fúteis, olhar para o lado e perceber que podiam fazer a diferença na vida de alguém, e fizeram! Apesar de tudo, algo bom está a acontecer, tenhamos sempre essa capacidade de descobrir em nós o melhor que podemos ser!

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