Um aumento de mais de 3,5 milhões de euros, relativamente a 2020, justificado pelo executivo liderado por Júlia Rodrigues com os investimentos em obras previstas no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) que ainda não foram concretizadas.

A presidente do Município de Mirandela revela que há cinco eixos prioritários no plano de investimentos para 2021 com um total de 39,5 milhões de euros. “A pedra basilar é o crescimento económico, a preparação do pós-covid e como Mirandela vai conseguir superar todas as dificuldades que este ano tivemos na execução de vários projetos e obras que tínhamos preparadas para que 2021 gere crescimento económico, emprego e competitividade”.  

Júlia Rodrigues adianta que uma fatia significativa da dotação é para funções sociais, muito direcionada para o combate à pandemia. “Com a crise sanitária que tivemos, que implicou uma crise social e uma crise económica não podemos descurar esse apoio”, diz.

Para além disso, a questão de revitalização urbana e rural com algumas estradas municipais que já têm projeto e que vão ser adjudicadas, bem como a questão ambiental com enfoque na questão das estações de tratamento de águas residuais e alguns ramais de saneamento e abastecimento de água”, acrescenta.

Cerca de 30 por cento da dotação orçamental vai para as funções económicas, com enfoque na expansão da zona industrial e nos projetos de investimento inseridos no PEDU. 

A presidente do Município destaca ainda o reforço do apoio às juntas de freguesia do concelho que vão ter uma dotação de cerca de 1 milhão de euros. ”Ao longo de todo o mandato fizemos a priorização dessas transferências para uma maior autonomia das juntas”

A autarca socialista não considera que se trate de um orçamento eleitoralista, mesmo tendo em conta que 2021 é ano de autárquicas.

AS REAÇÕES

Da bancada do PSD, a maioria dos deputados votou contra, mas também houve presidentes de junta a votarem a favor e outros abstiveram-se.

Para o líder da concelhia dos social-democratas, Paulo Pinto, o orçamento é eleitoralista. “Apesar das obras que vai construir, é um orçamento que não nos dá um rumo do desenvolvimento sustentável para o futuro na perspetiva da criação de emprego. A senhora presidente ainda não conseguiu iniciar a obra da expansão da zona industrial de Mirandela, não fez nada de significativo no complexo do Cachão e já anunciou a planificação de uma nova zona industrial. Naquilo que é verdadeiramente importante e estruturante para o concelho, que é a fixação de pessoas com a criação de emprego, neste orçamento não vislumbramos”.

Também o único deputado municipal da CDU votou contra. Jorge Humberto diz que se trata de um orçamento muito pouco autónomo maioritariamente voltado para a captação de verbas comunitárias. “Não há uma aposta naquilo que tem de ser o investimento público que a autarquia faz, ou seja, está manietada ao que são os fundos comunitários e sem investimento próprio para investimento nas obras mais necessárias para a cidade e para o concelho”.

Já Faustino da Cunha, do CDS, votou favoravelmente, com o argumento de que está inscrita uma verba para os transportes do meio rural. “Há mais de 10 anos que tenho vindo a reclamar pela existência de um serviço que possa minorar o isolamento das populações nas aldeias. Não há transportes, mas como está finalmente inscrita uma verba para criar esse serviço, tenho de estar na expetativa que isso se concretize, pelo que tenho de votar a favor”, justifica. 

O orçamento do Município de Mirandela foi aprovado com 31 votos a favor, 16 votos contra e 10 abstenções.

Jornalista: Fernando Pires 

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