A Assembleia Municipal de Mirandela aprovou por unanimidade uma moção apresentada pela CDU, exigindo a concretização do Plano de Mobilidade do Vale do Tua (PMVT), que se mantém paralisado apesar das promessas feitas durante a construção da barragem de Foz Tua.

A obra, que levou ao desmantelamento da única linha ferroviária do Nordeste Transmontano, previa a reativação do troço ferroviário entre Brunheda e Mirandela, mas o projeto tem sido marcado por sucessivos atrasos.

A moção lembra que as obras de requalificação necessárias para a retoma da circulação ferroviária estão concluídas há anos e que existe material circulante disponível. Contudo, o PMVT continua sem avançar, levando a população da região a enfrentar problemas de mobilidade.

A CDU sublinha que o anterior e o atual Governo têm demonstrado uma postura de passividade em relação ao tema. O Ministério das Infraestruturas, numa resposta recente, isentou-se de responsabilidades, transferindo-as para a concessionária MOVHERA, antiga EDP. Além disso, a coligação relembra que a operação do plano foi entregue a um operador privado, a Mystica S.A., que recebeu um financiamento de 10 milhões de euros para implementar o projeto, mas sem resultados.

A moção aprovada exige que o Governo e os Ministérios responsáveis garantam a aplicação das medidas compensatórias inscritas na Declaração de Impacto Ambiental da barragem e reativem a circulação ferroviária entre Brunheda e Mirandela. A Assembleia exige também que sejam apuradas as responsabilidades pelo incumprimento do projeto e pela utilização dos fundos públicos.

Esta decisão reforça a pressão para que o PMVT seja finalmente concretizado, visando melhorar a mobilidade e qualidade de vida das populações afetadas pela construção da barragem.

Jornalista: Lara Torrado

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