Face a constrangimentos, como a seca e a inflação, Alfândega da Fé reclama medidas urgentes ao Governo.
Numa tomada de posição sobre as quebras de produção no setor agrícola em Trás-os-Montes, a autarquia de Alfândega da Fé mencionou que os agricultores estão “confrontados com grandes dificuldades que comprometem seriamente a manutenção de explorações de forma sustentável e produtiva”.
Aprovada, esta tomada de posição vai ser enviada a diversas entidades nacionais e regionais. Nela estão descritas as dificuldades que se têm vindo a registar no setor agrícola na região de Trás-os-Montes.
“A região de Trás-os-Montes foi e é a região mais afetada pelos efeitos da seca e da escassez de pluviosidade durante a campanha agrícola de 2022” mencionou a autarquia num comunicado de imprensa enviado ao Canal N. A este problema somam-se mais “que estão a prejudicar os agricultores e a comprometer o setor agrícola no geral”.
As quebras de produção foram transversais aos diversos setores de produção. Registou-se uma quebra “na ordem dos 80% na castanha, dos 5% na azeitona, e de 50% na amêndoa e no vinho”. De relembrar que estas são as principais culturas neste território e, em muitos casos, a principal fonte de rendimento de diversas famílias uma vez que o setor agrícola representa “cerca de 50% do emprego em toda a região”.
“Os nossos agricultores estão, atualmente, confrontados com grandes dificuldades”. Às consequências da seca junta-se o aumento dos custos de produção, a escassez de matérias-primas, a inflação galopante e o aumento das taxas de juros. “É necessário pensar e tomar medidas extraordinárias e urgentes” sublinha a autarquia de Alfândega da Fé.
Uma das principais reivindicações é que se siga o exemplo da vizinha Espanha. “A Espanha, principal produtor mundial de azeite, baixou o IVA deste produto de 10% para 5% o que garantiu competitividade a produtos como o azeite e evitou dificuldades na comercialização.”
O reforço dos níveis de apoio ao investimento com o aumento das taxas de comparticipação e aumentar os incentivos aos jovens agricultores, a tomada de medidas compensatórias urgentes para os produtores de castanha, azeitona, frutos secos e vinha, a revisão dos parâmetros de certificação da agricultura biológica e a redução do IVA do azeite, são outras propostas que se juntam à lista.
Jornalista: Lara Torrado