Uma delegação de agricultores transmontanos esteve reunida, ontem à tarde, com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, na Câmara de Macedo de Cavaleiros, para discutir os problemas do setor, nomeadamente o atraso no pagamento de subsídios, o aumento do preço dos combustíveis e a falta de regadio no distrito de Bragança A reunião foi marcada na sequência do protesto da passada quinta-feira, quando os agricultores cortaram a autoestrada transmontana (A4) junto ao nó da Amendoeira, em Macedo de Cavaleiros.

No final, a Ministra não falou à comunicação social, mas os agricultores dizem estar mais satisfeitos com as promessas de desbloquear as verbas dos subsídios com pagamento faseado até 25 de junho.

Após uma reunião de durou mais de duas horas, à saída do Município de Macedo de Cavaleiros, a titular da pasta da agricultura não quis falar à comunicação social e não se livrou de uma assobiadela da centena de agricultores que aguardavam no exterior.

Mas, apesar de os próprios membros da delegação de agricultores terem manifestado, alguns minutos antes de entrarem para a reunião com Maria do Ceu Antunes, que as expetativas eram baixas, Armindo Lopes, um dos mentores do movimento que organizou o protesto da passada quinta-feira que levou ao corte da A4, confessa que deste encontro saíram algumas vitórias para os agricultores da região. “Os agricultores que foram sujeitos a controlo, relativamente à campanha de 2023, houve a garantia da ministra e do vice-presidente do IFAP, que serão pagas até ao fim de Fevereiro” e relativamente aos eco regimes, agricultura biológica e integrada, dos “35% que inicialmente iriam estar a cortes vão ficar 10% a 25 de Junho e o remanescente desse será pago durante o mês de Março”. Relativamente às candidaturas do pedido único deste ano “tivemos a garantia do IFAP e da ministra de que vai voltar ao calendário que era até 2022. Teremos um adiantamento em Outubro e um segundo pagamento em Dezembro”, adiantou.

Para além de vitórias, os agricultores admitem que também houve algumas cedências, como deixar cair, por agora, a reivindicação de que o gasóleo agrícola passe a ser considerado um fator de produção para o isentar do IVA, o que podia contribuir para uma redução significativa do preço. “A ministra não se pode comprometer connosco porque tem que ter a aprovação da Assembleia da República”, explicou Eduardo Almendra, outro dos agricultores que esteve na reunião, acrescentando que também há boas notícias sobre o défice de regadio no distrito de Bragança. “Está em estudo um plano de eficiência hídrica para todo o distrito, isso já está em curso. Foram as indicações da Ministra e também temos de acreditar nas pessoas, pelo que não vamos continuar a nossa luta bloqueando as estradas, mas vamos continuar a luta na defesa dos interesses dos agricultores transmontanos”, disse.

A ministra seguiu ainda para Mirandela, onde esteve reunida com os agricultores de Carrazeda de Ansiães que reivindicação a construção de torres anti granizo, uma vez que o granizo afeta bastante as culturas neste concelho.

Por agora, os agricultores dizem estar com um otimismo “moderado” e terminam os protestos. 

Ainda assim, deixam o aviso de que se não forem cumpridos os compromissos agora assumidos por Maria do Céu Antunes voltam a sair à rua.

Jornalista: Fernando Pires 

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