Artigo de opinião escrito por Tiago Morais – Licenciado e Mestre em Biotecnologia pela Universidade de Aveiro, estudante de Doutoramento em Química na Universidade de Aveiro e Háskóli Íslands (Islândia), conselheiro do Conselho de Ética e Deontologia da Universidade de Aveiro e coordenador do Núcleo Territorial da Iniciativa Liberal em Mirandela
O Natal em nossa casa começa pelo dia 8 de dezembro, altura em que normalmente a árvore de Natal é montada. Ultimamente tem sido difícil estarmos juntos nesse dia, mas mesmo que seja só a minha mãe a enfeitar a árvore, a estrela só é colocada quando estamos os 4 juntos, nem que seja a 2 ou 3 dias do Natal.
A árvore é a mesma desde a minha infância e foi perdendo tamanho ao longo do tempo – ou se calhar eu é que fui crescendo. É decorada com bolas de seda com cerca de 60 anos que vieram de Angola onde o meu pai nasceu, mas também com enfeites um pouco mais recentes que incluem alguns que eu e o meu irmão fizemos no infantário. É sem dúvida uma árvore que conta um pouco a história da nossa família. Além disto, figuras de chocolate servem também para enfeitar a nossa árvore, mas vão sendo “roubadas” ao longo dos dias festivos…
O presépio é feito com as figuras religiosas típicas e enfeitado com elementos da natureza, como o musgo que o meu pai costuma trazer sempre da aldeia. Penso que um dos reis magos já perdeu uma das mãos, mas continua firme e a marcar presença.
Chegado o dia 24, a casa já cheira a canela e já há música natalícia pela casa bem cedo. Começam a aparecer os doces de Natal na mesa e nunca faltam os pratos de aletria que a minha mãe enfeita sempre com as iniciais dos mais novos escritas a canela: T(iago), R(icardo), M(ariana) e L(eonor). Com 26 anos continuo a ter direito a um prato de aletria com um T, e que bem sabe!
As refeições de 24 e 25 seguem as tradições portuguesas, sendo que dia 24 celebramos também o aniversário da minha avó. Tanto na noite de 24 como durante todo o dia de 25, há filmes da época na televisão e competições de bingo ou dominó na sala, com Baileys a acompanhar.
Uma outra curiosidade: todos os anos tiramos uma foto em frente à árvore de Natal, por isso consigo compilar fotos nossas neste cenário desde 1998.
Já não estão todos presentes no nosso Natal, infelizmente, mas as histórias continuam a trazê-los para celebrarem connosco.