Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM) anuncia que será mais um Verão sem festas e romarias populares na região.
Está decidido. Pelo segundo ano consecutivo, devido à pandemia da Covid-19, está cancelada a festa de Mirandela, em honra de Nossa Senhora do Amparo, bem como todas as festas e romarias populares nos nove concelhos que integram a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes.
A decisão “consensual” foi tomada, esta terça-feira, em reunião do Conselho Intermunicipal daquela CIM com efeitos até 30 de Setembro e válida para os 9 concelhos da área de abrangência desta CIM: Alfândega da Fé, Bragança, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro, Vila Flor, Vimioso e Vinhais.
A deliberação aprovada vai no sentido de “não autorizar a realização de eventos, atividades ou manifestações de qualquer ordem em espaços abertos, espaços e vias públicas ou espaços e vias privadas equiparadas a vias públicas”, adianta o comunicado da CIM-TTM.
Ficam assim impedidos de acontecer ou cancelados “todos os desfiles e festas populares ou manifestações folclóricas ou outras de qualquer natureza, não passíveis de controlo”, adianta a nota.
Esta tomada de posição da CIM-TTM veio na sequência de uma reunião com representantes da Autoridade Regional de Saúde e o Bispo da Diocese de Bragança e Miranda, D. José Cordeiro, com o objetivo de avaliar a evolução da situação pandémica no território e concertar as medidas a adotar.
Para já, ainda não foi possível obter declarações da presidente do Município de Mirandela, sobre este assunto. Entretanto, o Juiz da Confraria de Nossa Senhora do Amparo, a quem cabe a organização das festas de Mirandela, prefere não tecer comentários sobre a decisão, até porque Sílvio Santos diz ainda não ter conhecimento oficial da deliberação da CIM-TTM.
Recorde-se que, há cerca de um mês, em declarações à Terra Quente FM, Sílvio Santos confessava estar muito preocupado com a indefinição sobre este processo, mas o juiz da confraria não escondia que ainda tinha alguma esperança que a festa pudesse vir a realizar-se, ainda que de uma forma limitada.
“Estamos conscientes que a normalidade das festividades será quase impossível acontecer, mas tudo aquilo que a saúde pública nos permitir fazer, nós vamos fazê-lo porque Mirandela precisa muito das festas da cidade”, disse, na altura Sílvio Santos.
Recorde-se que a direção da Confraria está em funções até novembro deste ano, depois de, no ano passado, a Assembleia-Geral Extraordinária de Confrades ter aprovado a prorrogação do mandato por mais um ano, alegando a impossibilidade do normal exercício de funções provocada pelo surto COVID-19, que determinou o cancelamento das festas.
Entretanto, para o final da tarde do próximo sábado, está agendada uma Assembleia Geral de Confrades, para apresentação do relatório e contas de gerência do ano 2020, no Auditório do Piaget.
Com esta deliberação, fica claro que também não vai realizar-se, pelo segundo ano consecutivo, a concentração Motard de Mirandela. Também o presidente da direção do Moto Clube de Mirandela aguarda por tomar conhecimento oficial da decisão para poder reagir.
Jornalista: Fernando Pires