Em 2020, as festas da cidade de Mirandela, em honra de Nossa Senhora do Amparo (NSA), foram canceladas devido à pandemia da Covid-19 e este ano, a três meses do calendário definido (de 25 de julho a 1 de agosto), ainda nada se sabe sobre a sua realização ou cancelamento.
O juiz da confraria de NSA confessa estar “muito preocupado” com esta indefinição. “Estão a apertar-se os prazos e já estamos a replicar os problemas da Primavera do ano passado com os contratos já celebrados e reagendados para este ano”, afirma Sílvio Santos. “Não sabemos de que forma a legislação vai regular toda esta situação dos contratos e isto gera uma instabilidade muito grande junto dos membros da confraria. É uma situação muito ingrata”, adianta.
O ano passado, a decisão de cancelar as festas surgiu durante o mês de maio, numa decisão tomada o nível da Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes.
Para já, Sílvio Santos diz estar a aguardar instruções do Município e das entidades de saúde pública, mas o juiz da confraria não esconde que ainda tem alguma esperança que a festa possa vir a realizar-se, mas de uma forma limitada.
“O nosso desejo é que a festa aconteça, estamos conscientes que a normalidade das festividades será quase impossível acontecer, mas tudo aquilo que a saúde pública nos permitir fazer, nós vamos fazê-lo porque Mirandela precisa muito das festas da cidade”, diz.
Ainda assim, o juiz da confraria não tem dúvidas que tudo está muito difícil.
“Temos de ser realistas e temos a noção que as empresas e os parceiros que habitualmente contribuem para a realização das festas, não estão nas mesmas condições de há dois anos atrás para nos apoiarem”, acrescenta Sílvio Santos que espera uma decisão definitiva para breve. “No limite, o mês de maio será fulcral para tomar decisões”.
Recorde-se que a direção da Confraria está em funções até novembro deste ano, depois de, no ano passado, a Assembleia-Geral Extraordinária de Confrades ter aprovado a prorrogação do mandato por mais um ano, alegando a impossibilidade do normal exercício de funções provocada pelo surto COVID-19, que determinou o cancelamento das festas.
Confrontado com a hipótese de um novo pedido de prorrogação, Sílvio Santos confessa que ainda nada está decidido. “Só depois de termos a certeza do que vai acontecer com as festas da cidade é que podemos refletir sobre essa possibilidade, mas para já ainda não falamos sobre o assunto”, conclui.
Entretanto, a mais recente renovação do Despacho de Declaração de Alerta do Município de Mirandela, em vigor até ao final deste mês, dá conta que a realização de festas populares, festivais e iniciativas análogas, “será autorizada, casuisticamente, caso contribuam para a sustentabilidade económica e financeira dos interessados e se forem cumpridas as orientações da Direção-Geral da Saúde”.
Jornalista: Fernando Pires