O Município avança com um investimento de 24 mil euros em obras há muito “reclamadas” pela Confraria de Nossa Senhora do Amparo.
Desde o final do mês de março, que uma equipa especializada do Centro de Conservação e Restauro da Diocese de Bragança está a realizar um trabalho “minucioso” de garantir a estabilidade física e material do retábulo da capela do Santuário de Nossa Senhora do Amparo, a padroeira da cidade, “retardando a sua degradação, bem como a recuperação da sua unidade estética, respeitando a autenticidade e o valor histórico-cultural, artístico e devocional”, adianta Joana Afonso, coordenadora do Centro.
Datado do século XIX, com 6 metros de altura e em talha dourada, há algum tempo que a Confraria de Nossa Senhora do Amparo vinha a chamar a atenção para a necessidade de obras urgentes para salvaguardar este património de valor histórico incalculável. “Depois das obras no exterior do santuário, era imperioso avançar para este restauro e como o ano passado, devido ao cancelamento das festas da cidade, o Município atribuiu-nos um subsídio de 36 mil euros, em vez dos habituais 108 mil, sugerimos que nos fossem atribuídos mais 18 mil euros para avançarmos para estas obras, mas a autarquia, e muito bem, decidiu avançar ela própria e estamos muito satisfeitos por isso”, revela o juiz da confraria.
Sílvio Santos entende mesmo que “será possível dar a importância devida ao santuário e à padroeira da cidade dar-lhe a dignidade para poder receber e dessa forma poder ser um pólo de atração para visitantes não só da cidade mas também começar a trazer gente de fora”, acrescenta.
Uma satisfação corroborada pelo Padre Valentim Bom: “todas as igrejas têm as suas exigências e estas pinturas fizeram o seu tempo, pelo que esta intervenção era uma necessidade urgente, porque podia até correr o risco de cair o altar”, sustenta.
De facto, a obra é financiada em cerca de 24 mil euros pelo executivo camarário, depois de, em outubro do ano passado, ter solicitado uma análise técnica ao retábulo. “Viemos fazer um diagnóstico e na altura verificamos que estava um pouco danificado, não estruturalmente porque ele está estável, mas com sinais evidentes de oxidação de elementos de fixação, de fendas e fissuras, de danos provocados por agentes biológicos, do depósito de poeiras e sujidade e também o destacamento da camada de policromia estava em risco”, adianta Joana Afonso.
Para a presidente do Município de Mirandela, este restauro “é importante sob o ponto de vista do valor patrimonial, mas também da devoção que as pessoas têm à sua padroeira”, refere Júlia Rodrigues recordando que o executivo a que preside tem investido nesta matéria da preservação do património cultural e religioso. “O que fizemos foi avançar para um procedimento concursal no sentido de avançar o mais rapidamente possível para as obras, no intuito de também garantir a segurança das pessoas que se deslocam aqui para rezar”, conclui a autarca.
O término das obras de restauro e conservação está previsto para o fim do próximo mês de maio.
Jornalista: Fernando Pires