A pressão foi crescendo ao longo do dia e a decisão foi tomada à noite, numa reunião de António Costa com os ministros da Educação, Saúde, Presidência e Ensino Superior. Do pré-escolar às universidades, o sistema escolar pára todo a partir de sexta-feira, apurou o JN. O anúncio será feito esta quinta-feira, após a reunião do Conselho de Ministros.
Os números alarmantes, no dia em que Portugal bateu máximos de novos casos de covid (14 647) e de mortes (219), fizeram aumentar o tom dos apelos para o encerramento. Mas o principal fator a pesar na decisão do Governo foi o crescimento da circulação da variante britânica, mais agressiva para as crianças. Essa informação foi transmitida por especialistas em reunião mantida com as ministras da Saúde e da Presidência, em que o Governo procurou fundamentar, com dados epidemiológicos, a definição do rumo a seguir.
Os dados sobre a nova variante foram preponderantes na avaliação da equipa que se juntou em torno de António Costa, logo que o primeiro-ministro chegou de Bruxelas. Ainda assim, fonte próxima do Governo sublinha que a decisão não tem por base qualquer consideração de que as escolas sejam fator de propagação: “O principal objetivo é obrigar o país a parar”. Mais do que razões técnicas, pesou a consideração política de que as escolas estavam a servir de álibi para se manterem níveis excessivos de circulação.