Artigo de opinião de João Marrana – Assessor Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e Vice-Presidente do Conselho de Administração da Fundação do Desporto 

Repetem-se, em cada um de nós, as promessas de que “este ano é que vai ser…”. Juram-se compromissos e promessas, como se as doze badaladas de 31 de dezembro para 1 de janeiro tivessem esse poder transformador de formas enraizadas de ser e de estar. E depois, ainda antes do Carnaval, volta o conformismo, o mesmismo e, a mãe de todas as justificações: “porque sempre foi assim”.

Voltamos a crer que, afinal, tudo o que a vida nos oferece e oferecerá no futuro é uma repetição de gestos, momentos e ações de anteontem, de ontem e de hoje.

Mas, se prestarmos a devida atenção, vamos ver que nenhum dia é igual ao outro e se não usamos todo o potencial que cada dias nos traz, tudo se perde.

É preciso acreditar que tudo pode ser diferente. Que todos, por mais insignificantes que nos queiram fazer sentir, temos ideias, opiniões válidas, poder para as implementar e para promover a mudança.

É tempo de assumir que temos o dever de questionar, saber os quês e os porquês de cada decisão tomada em nome de todos e condicionante do futuro. E não, não se trata de uma opinião, mas de um direito.

Este ano que se avizinha é ano de mudanças. Em outubro, iremos exercer o poder de escolha da forma de governança que pretendemos para os nossos conselhos e para as nossas freguesias e iniciar o processo das mudanças possíveis já que as impossíveis, o próprio tempo se encarregará delas.

Como cidadãos livres e independentes, fora das amarras dos partidos e das suas intrincadas teias de poder e manipulação, concentremo-nos nas pessoas, nas suas necessidades e preocupações, seguramente os investimentos mais válidos e urgentes e comecemos a priorizar o futuro em transformação.

Para isso, é preciso viver e partilhar cada minuto, porque ali encontramos a evidência das nossas confusões, a alegria dos bons momentos, as pistas certas para o caminho que iremos percorrer…

Porque todos os dias são diferentes e porque estamos em constante processo de mudança, não podemos deixar de dizer o que pensamos e sentimos e afirmar a vontade e o interesse pelo que se passa a nossa volta.

Quando chegar à meia-noite, conte as 12 passas, recicle os seus pensamentos e reinvente os seus desejos!
Envolva-se, Participe e aceite as mudanças que o novo ano lhe pede com a humildade que caracteriza os homens bons!

Porque a nossa terra precisa e merece mais e melhor!

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