Falta de tempo para preparar uma participação digna e as constantes alterações impostas pelas entidades para fazer face à pandemia que iriam acarretar mais despesa para o clube, levaram a direção a desistir da estreia em competições nacionais, “sob pena de hipotecar a sustentabilidade financeira conseguida nestes cinco anos de existência”, diz o presidente da direção do Vale de Madeiro.

Três semanas depois de ter aceitado o convite da Federação Portuguesa de Futebol para participar na 2ª divisão nacional, na época 2020/2021 devido à desistência do Pioneiros de Bragança, a Associação Cultural, Desportiva e Recreativa (ACDR) de Vale de Madeiro decidiu que não vai entrar na competição e irá apenas disputar o distrital de Bragança.

O pouco tempo para preparar uma época tão exigente e as constantes alterações nas diretivas de segurança emanadas pelas autoridades de saúde e da própria federação que implicariam um aumento exponencial nas despesas, fizeram o clube desistir da participação na segunda divisão. “Tivemos duas, três semanas para poder preparar o que, se tivéssemos conseguido os nossos objetivos na época passada, teríamos três meses. É completamente diferente. Todos os dias chegam informações de alterações de procedimentos e que acarretam despesas e apesar de termos feito um trabalho brutal tanto a nível de jogadores como a nível de apoios e aqui uma palavra à câmara municipal que foi excecional neste processo, mas chegamos à conclusão que como não se sabe muito bem como vai ser a competição, não faria sentido irmos hipotecar um trabalho que temos feito com algum sustentabilidade nos últimos cinco anos. Para se ter uma noção, um jogo em casa ficaria em cerca de 350 euros, mas com as alterações as despesas já iriam passar para 500 euros”, diz o presidente da direção, Nélson Lopes.

Nélson Lopes considera que “é mais sensato o clube competir novamente no distrital e tentar a subida na próxima temporada, tendo mais tempo para preparar essa nova realidade e conseguir mais apoios financeiros”.

“Não podemos inscrever a equipa na segunda divisão e depois daqui a um mês vamos ver se conseguimos ir ou não. As coisas não se fazem assim, até porque depois teríamos penalizações e por muito que nos custe esta era a decisão mais responsável”, adianta.

Apesar desta decisão da desistência de participar na segunda divisão, o presidente do Vale de Madeiro revela que os 16 jogadores, entretanto já contratados, aceitaram manter-se no clube para competir no campeonato distrital sob as ordens de Bruno Costa, que se mantém como treinador. “Todos aceitaram a decisão e vamos à distrital com uma equipa para lutar pela subida, mas com tempo para organizarmos as coisas”

É oficial. O Vale de Madeiro abdica de participar na segunda divisão nacional de futsal depois de ter sido convidado pela Federação Portuguesa de Futebol devido à desistência do Pioneiros de Bragança, naquela que seria a estreia da equipa da freguesia de Mirandela nas competições nacionais, depois de ter alcançado o segundo lugar na fase regular do Campeonato Distrital de Seniores de Futsal RGlobal, na época 2019/2020.

Jornalista: Fernando Pires

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