Artigo de opinião escrito por Cristina Passas – Consultora

Talvez a frase “Quando faltar inspiração, que não falte atitude!” seja uma frase que ficará inscrita na pegada digital de Rui Borges!

Mas mais que uma frase altamente motivacional que o Mister Leão fez entoar no calor de uma conferência de imprensa em dezembro de 2024, ainda sob o efeito quase “jet lag” de uma aterragem inesperada, mas há muito sonhada quando sentado no seu sofá via os jogos da primeira divisão e pensava… um dia… um dia… é a prova que se o futuro para muitos de nós é incerto, quem segue o trabalho de Rui Borges quase pode afirmar que ele há muito que “ele lia nas entrelinhas” o seu futuro!

Atitude de acreditar, trabalhar com foco, entrega, determinação e autenticidade e uma certeza que um dia esta combinação explosiva iria dar os seus “golos”!

Não serei demasiada demagoga afirmando que o que viria ele não sabia ao certo, mas estava certo que “algo” estaria para vir!

Todos já conhecemos a ascensão meteórica do Rui Borges como treinador em 7 anos, o mesmo que não perde nenhuma oportunidade para lembrar e valorizar as suas origens, ficando célebre a sua frase:

“Eu sou eu, e não tento imitar ninguém. Sou transmontano, de Mirandela, e ali trabalha-se. Foco-me no meu trabalho.”

Mas é justo e nunca é demais lembrar o seu percurso.

Rui Borges, 43 anos, natural de Mirandela, a sua carreira enquanto jogador profissional começa e termina no clube da nossa cidade, no Sport Clube de Mirandela.

Como jogador, iniciou-se em 1999 que terminou em 2017. Rui Borges alinhou durante a sua carreira como profissional em 10 clubes, sendo de maior destaque Braga, Famalicão e Moreirense.

Em 2017 “cambiou” as chuteiras pelo bloco de notas e fato treino com o emblema do Sport Clube de Mirandela ao peito com o mesmo orgulho, sentido de entrega e responsabilidade que tinha enquanto jogador.

Mas, Rui Borges é movimento, conquistas, desafios e de 2017 a 2024, isto é 7 anos treinou 8 clubes!

Poderíamos dizer que Rui Borges foi feliz no Moreirense, porque após ser jogador, foi lá que a sua carreira de treinador deu o pontapé de saída, quando Rui Borges consegui igualar a mais alta posição Do Moreira de Cónegos terminando em 6.ª posição da primeira Liga em 2023/2024 e que aguçou os olhares e interesses do clube do “lado” assumindo em 2024 o “trono” do Vitória de Guimarães para a época 2024/2025 (pensava ele, pensávamos nós!).

A cada jogo que passava, as paixões acérrimas dos vimaranenses pelo seu clube exaltavam-se cada vez mais fervorosas porque os resultados e as prestações que a equipa alcançava com a liderança do Rui Borges no campeonato nacional eram extraordinárias, acrescentando uma prestação exígua na luta pelos lugares europeus aliadas as excelentes exibições perante os ditos “grandes clubes” na fase da Liga Conferência da UEFA guiando os vimaranenses aos oitavos de final da Taça e ficando em segundo lugar, sendo superado apenas pelos ingleses do Chelsea.

E aqui, deixam-me fazer uma ressalva, para “roubar” o pódio a um Rui Borges que há alguns anos treinava o clube da sua terra, em 2024 foi necessário um gigante como o Chelsea para o “parar”… o mesmo será dizer que as “garras” já estavam de fora e que aquele trono já era pequeno para um “Leão” que se tinha “atirado” com tudo, sem medo quer no campeonato nacional, quer na Liga Conferência da UEFA!

Mas nada disto se teria passado se o Manchester United não tivesse sido derrotado na visita ao West Ham em 27 de outubro de 2024, se o treinador Ten Hag não tivesse sido demitido, se Ruben Amorim não sido confrontado com a escolha da sua vida, e se João Pereira tivesse conseguido segurar os resultados… e se… e se… enfim tantos se… que pouco importam porque até o escritor Pedro Chagas estava rendido à magia de Rui Borges, e a Comunicação Social, a nível nacional, disso fez eco:

O Vitória tem o melhor treinador de Portugal. Não preciso de falinhas mansas, de meias-palavras, para escrevê-lo com clareza: Rui Borges é o melhor treinador do campeonato português. Tem carisma, qualidade, tacticamente é fortíssimo, mentalmente não é menos; tem uma ideia, uma visão, uma forma de lidar com o grupo de jogadores que dirige que lhes oferece a maior das metamorfoses: transforma-os numa identidade, numa máquina feita de alma, de competência, de uma pitada, arrisco, de génio.

Rui Borges não chegou aqui por acaso, nem por cunhas ou favores. Chegou porque trabalhou, porque acreditou, porque teve coragem de ir pelos caminhos difíceis, os que exigem mais suor do que holofotes. O seu percurso é uma lição para todos: talento sem trabalho não passa de potencial desperdiçado; trabalho sem mérito não se sustenta.

Num mundo tantas vezes dominado pelos mesmos nomes, pelas mesmas narrativas, Rui Borges ergue-se como um exemplo de que o mérito ainda pode vencer. E isso, mais do que os títulos, é a verdadeira grandeza.

Rui Borges é o melhor treinador de Portugal. Há quanto tempo os vitorianos não podiam, com propriedade, dizer algo assim? É tempo de aproveitar. Pode não ser por muito tempo, mas já valeu a pena. Obrigado, Rui, por lembrares ao país que a grandeza não é ter mais dinheiro, mais capas de jornais. Que se lixem os números; o que conta são os olhos a brilhar nas bancadas.

Se não fosse o Sporting Clube de Portugal, talvez um dos ditos “grandes” poderia ter o Rui Borges na mira… pois os resultados (ou a falta deles) na época 2024/2025 prestaram-se a “trocas” repentinas de treinadores que fizeram correr muita tinta e “aqueceram” as noites televisivas com animadas conversas de comentadores que sabem tudo e não dizem nada…

Assim, como prenda de Natal quase “desembrulhada” tal foi a azáfama dos dias que antecederam a sua apresentação oficial no dia 26 de dezembro de 2024 como treinador do Sporting de Portugal na presença do Presidente Frederico Varanda no Auditório Artur Agostinho na Estádio José Alvalade que proferiu a seguinte afirmação “Reconhecemos em Rui Borges não só a sua competência, mas também um homem que lidera pelo exemplo.”

Hoje o homem do Leme, é de Mirandela e independentemente da cor clubística, a todos nos deve encher de orgulho. Mirandela é fértil em Talentos, mas no futebol é a primeira vez que um Mirandelense atinge o patamar de Primeira Divisão e a isso chama-se Meritória, algo tão raro hoje em dia, pelo que se deve valorizar ainda mais que é um conterrâneo!

Mas antes de sair das linhas, não de campo, mas do meu artigo de opinião, não posso deixar de valorizar a escolha que desde que se assumiu como treinador definiu como basilar para o percurso! Os seus técnicos Tiago Aguiar, Ricardo Chaves, Fernando Morato e José Meireles e a forma exemplar como sempre refere que o seu sucesso é um sucesso partilhado, e citando-o transcrevo: “Deixa-nos orgulhosos e felizes…Toda a gente foi importante no nosso trajeto para podermos realizar o sonho de chegar aqui”.

Esta forma de “crescer” não é para todos, é apenas para os melhores e só os melhores cumprem o sonho de chegar ao pódio, isto é o Campeonato Nacional.

O que o futuro ainda lhe reserva, só o tempo o irá revelar! Mas uma coisa é certa, o Rui continua a ser o Rui de sempre, o Rui que conhecemos, aquele que vem a Mirandela, vai assistir aos jogos do seu Clube, o clube da sua terra torcendo como nos tempos onde os olhos brilhavam sempre que apertava os atacadores das suas chuteiras!

Que a garra, o foco, e a determinação do Rui Borges seja um “élan” para todos os que acreditam que a vida nem sempre é o que sonhámos em crianças, às vezes é muito melhor, saibamos nós aproveitarmos cada recomeço com o mesmo fervor de fazer acontecer…

Obrigada Rui Borges pelo exemplo de resiliência e inspiração!

Slider