O município de Vila Real anunciou a sua total oposição à proposta da Resinorte de alterar as metodologias de deposição de resíduos no aterro intermunicipal de Andrães, com o objetivo de aumentar a capacidade de resíduos depositados por metro cúbico e prolongar a vida útil do espaço. Em conferência de imprensa, o presidente da Câmara, Rui Santos, declarou que a medida é “inaceitável” e assegurou que a autarquia utilizará todos os meios legais e mobilizações necessárias para impedir a concretização da proposta.

Segundo Rui Santos, o problema está enraizado na adesão à Resinorte, decidida pelo anterior executivo municipal, e agravado pela privatização da empresa durante o governo de Passos Coelho. O autarca destacou os impactos negativos financeiros, ambientais e de saúde pública sofridos pelo concelho, com particular destaque para as populações de Mosteirô e Andrães, diretamente afetadas pela proximidade do aterro.

Eurico Pinto, presidente da Assembleia da Junta de Freguesia de Andrães, reforçou a insatisfação da população, referindo que, além de Andrães, outras freguesias, como Folhadela, Nogueira e Ermida, e Constantim e Vale de Nogueiras, são prejudicadas pelos maus odores provenientes do aterro. “As promessas feitas pela Resinorte nunca foram cumpridas”, denunciou.

A Câmara Municipal afirma que a vida útil do aterro já foi ultrapassada, com a expectativa inicial de encerramento no ano de 2024, algo que havia sido reiterado pela Resinorte em várias comunicações formais. O pedido recente para aumentar a capacidade do aterro, com a possibilidade de acolher até 167 mil toneladas de resíduos urbanos, foi recebido com “enorme estupefação” pela autarquia.

Em reunião camarária, ficou decidido que o município não emitirá parecer favorável ao aumento de deposições e está preparado para tomar ações legais ou mobilizar a população para evitar qualquer alteração à atual situação do aterro. “Esta situação já é insustentável, e o município de Vila Real estará ao lado das populações na defesa do ambiente e da saúde pública”, concluiu Rui Santos.

Jornalista: Lara Torrado

Foto: CM Vila Real

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