A nova coleção “Fronteira” de Nuno Gama, apresentada no MUDE em Lisboa, homenageia as tradições e a identidade transmontana de Miranda do Douro. A Capa de Honras e os Pauliteiros de Miranda ganham destaque na criação do estilista, que explora os valores fronteiriços e culturais do território.
O estilista português Nuno Gama revelou a sua mais recente coleção, intitulada “Fronteira”, numa exposição no renovado Museu do Design e da Moda (MUDE), em Lisboa, no passado dia 30 de outubro.
Inspirado pela essência cultural de Miranda do Douro, o estilista exalta nesta coleção a emblemática Capa de Honras e a tradição dos Pauliteiros de Miranda, figuras centrais da cultura transmontana. Nuno Gama pretende, assim, sublinhar o valor da herança fronteiriça e da identidade cultural de uma região rica em história e tradições.
Ao invés de um desfile convencional, Nuno optou por uma mostra museológica, de forma a permitir que os convidados circulassem pela exposição para apreciar cada detalhe de “Fronteira”. As peças refletem respeito pelo artesanato português, com um enfoque nas matérias-primas nacionais e no savoir-faire do “handmade” que caracteriza a marca. Segundo o criador, esta coleção é uma ode ao património e às tradições, conciliando técnicas ancestrais, como franjas e bordados, com design contemporâneo, criando uma narrativa visual rica em simbolismo.
Para Nuno Gama, “Fronteira” não representa uma barreira física, mas sim uma ponte entre culturas e um ponto de encontro entre o passado e o futuro. “Cada um de nós nasce com uma fronteira que desafia os limites do ser e do autoconhecimento”, expressa o estilista.
Com peças elaboradas em tecidos ecológicos e biodegradáveis, a coleção privilegia a sustentabilidade e o conforto, refletindo a harmonia entre tradição e inovação. Em breve, esta homenagem à cultura transmontana será levada ao palco internacional, com a coleção a ser apresentada na Poland Fashion Week e na Madrid Fashion Week, onde Nuno Gama representará Portugal como convidado de honra.
A “Fronteira” de Nuno Gama é, portanto, uma celebração das raízes transmontanas e um tributo à autenticidade da cultura de Miranda do Douro, refletindo a alma portuguesa através da moda.
Jornalista: Lara Torrado
Foto: José Pereira
