Antigas funcionárias da CERCIMAC, em Macedo de Cavaleiros, revelam alegados episódios de maus-tratos físicos e psicológicos a utentes com deficiência. A instituição, que acolhe dezenas de pessoas em situação vulnerável, enfrenta agora investigações após denúncias que chegaram ao Tribunal Judicial de Macedo de Cavaleiros.
A Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Macedo de Cavaleiros (CERCIMAC) está sob escrutínio após denúncias de alegados maus-tratos a utentes com deficiência. De acordo com testemunhos de ex-funcionárias, os maus-tratos incluem agressões físicas, pressões psicológicas e práticas de intimidação contra alguns dos utentes. As antigas colaboradoras afirmam que os episódios de violência ocorriam frequentemente e que os utentes mais vulneráveis eram os principais alvos.
As funcionárias, que trabalharam em diferentes períodos na CERCIMAC, relatam um ambiente de silêncio em torno das práticas abusivas, sustentando que a direção estava ciente das situações sem agir de forma decisiva. Algumas dessas ex-colaboradoras decidiram deixar a instituição por não suportarem o que presenciavam.
A presidente da CERCIMAC, que está à frente da instituição desde a fundação, em 2006, nega as acusações, afirmando que a instituição averigua todas as situações reportadas. No entanto, admite a existência de “situações pontuais”, sem entrar em detalhes, e assegura que a CERCIMAC está disposta a cooperar em qualquer processo judicial para apurar a verdade.
Com capacidade para acolher 24 pessoas em regime de lar residencial e 30 no Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, a CERCIMAC conta com 36 funcionários. As denúncias chegaram ao Tribunal Judicial de Macedo de Cavaleiros, através da GNR, que confirmou a existência de três queixas registadas sobre maus-tratos nesta instituição.
Jornalista: Lara Torrado